A operação Falso Juramento, deflagrada em Itaqui, cidade do interior do Rio Grande do Sul, surgiu a partir de dezenas de relatos de mulheres que teriam sido cobradas indevidamente no Hospital São Patrício pela realização de parto cesárea. Estariam envolvidos dois médicos obstetras e um anestesista.
Segundo informações da PF, com receio de entrar em trabalho de parto, as pacientes solicitavam diretamente aos médicos uma cesárea, que a realizavam mediante o pagamento de valores que variavam entre R$ 400 e 1,8 mil. Esses valores eram integralmente embolsados pelos médicos, pois a internação e todo o procedimento eram realizados e custeados pelo SUS.
Quem não conseguia obter o dinheiro ficava aguardando o nascimento natural. Há relatos de mulheres que já estavam em trabalho de parto há vários dias, mas os médicos negavam a cesárea se não houvesse o pagamento. Foram identificados casos de sequelas em bebês por terem passado da data do parto e até mesmo o óbito de um recém-nascido.
Há provas de cobrança indevida há pelo menos 13 anos, o que pode ter rendido mais de R$ 1,6 milhão aos dois médicos nesse período. Também eram cobrados outros procedimentos cobertos pelo SUS, como cauterização, aplicação de injeção e cirurgias.
Os dois médicos presos foram encaminhados à Penitenciária Modulada de Uruguaiana e responderão por crimes de corrupção, estelionato e realização de esterilização cirúrgica ilegal. Também foram indiciados uma funcionária de um dos médicos e o anestesista.
* Reproduzido por MassapeCeara.Com | Créditos: JORNAL OPÇÃO
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