12 abril 2017

Fachin remete a instâncias inferiores petições contra FHC, Lula e Dilma

O ex-presidente Lula, do PT, e o ex-presidente Fernando Henrique, do PSDB

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, encaminhou a instâncias judiciais inferiores petições envolvendo três ex-presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).

No total, Fachin remeteu 201 petições a foros e tribunais inferiores pela ausência de foro privilegiado dos envolvidos, 25 delas mantidas em sigilo. Nove governadores tiveram seus casos enviados ao Superior Tribunal de Justiça. Outros três tiveram inquéritos abertos no próprio STF.

O ministro é relator da Operação Lava Jato no STF e recebeu há algumas semanas uma lista com procedimentos pedidos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, baseado em investigações e delações como as dos 77 executivos da Odebrecht.

Na lista de Fachin, há políticos de diversos partidos, que atuam ou atuaram nas esferas municipal, estadual e federal.

Estão lá, entre outros, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), hoje presos.

Também aparecem os ex-prefeitos Eduardo Paes (PMDB), do Rio, e Fernando Haddad (PT), de São Paulo.

O ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) e o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), também tiveram petições remetidas.

EX-PRESIDENTES

A única petição contra Fernando Henrique Cardoso foi enviada à Justiça Federal de São Paulo. Ele foi delatado por Emílio Odebrecht, presidente do conselho do grupo.

"Ele relata o pagamento de vantagens indevidas, não contabilizadas, no âmbito da campanha eleitoral de FHC à Presidência da República, nos anos de 1993 e 1997", descreve Fachin no despacho.

Dilma aparece em duas petições, uma ao lado de Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha da ex-presidente à reeleição, em 2014. Na outra, estão Lula e os ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega.

Em uma das citações de Dilma na Lava Jato, Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, disse que a empreiteira destinou R$ 50 milhões a campanha da petista por intermédio de Mantega.

Marcelo afirmou também que Lula recebeu R$ 13 milhões em espécie.

Lula é objeto no total de seis petições. Em uma delas está acompanhado de Jacques Wagner (PT-BA), ex-governador da Bahia. Em outra petição, remetida ao juiz Sergio Moro, Lula é alvo ao lado de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.

Outras duas envolvem seus familiares: o irmão José Ferreira da Silva e o filho Luis Cláudio Lula da Silva.

O irmão de Lula, conhecido como Frei Chico, teria recebido mesada de R$ 5.000 da Odebrecht por mais de dez anos, segundo a revista "Veja".

No caso do filho de Lula, a Odebrecht teria pago um orientador de carreira para que ele viabilizasse uma empresa de eventos esportivos.

A informação consta da delação de Alexandrino Alencar e foi revelada pela Folha.


Fonte: A Folha

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