07 outubro 2018

Alckmin diz que se reúne na terça com PSDB para definir apoio no segundo turno

Geraldo Alckmin durante entrevista ao G1 e à CBN — Foto: Marcelo Brandt/G1

Ex-governador assumiu a presidência do PSDB para ser o candidato ao Palácio do Planalto. Ele já tinha sido derrotado em 2006, quando perdeu no segundo turno para Lula (PT).


O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin disse neste domingo (7) que vai reunir a executiva do PSDB na próxima terça-feira (9) para definir quem o partido apoiará na disputa de segundo turno nas eleições presidenciais.


Na segunda tentativa de se eleger presidente da República, Geraldo Alckmin, atual presidente do PSDB, ficou fora do segundo turno. Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que concorrem pela primeira vez, disputarão o segundo turno, marcado para o próximo dia 28.


"Nós vamos nos reunir na terça-feira, agora depois de amanhã, a executiva nacional em Brasília, para fazer uma avaliação do processo eleitoral e também tomar posição em relação ao segundo turno e ao segundo turno nos demais estados", disse Alckmin em entrevista à imprensa na noite deste domingo.


Alckmin disse que na reunião também vai fazer uma "avaliação política do quadro mais geral". Ele falou à imprensa no comitê estadual do partido que fica no edifício Joelma, região central da capital paulista. Agradeceu os eleitores, militantes e colegas de partido que o apoiaram na disputa.


"Quero reafirmar aqui nossa convicção na essência do regime democrático. Não tem poder que não seja legitimado pelo voto, pela expressão popular. Essa é a manifestação do amor e a nossa fé inquebrantável no Brasil, esse país maravilhoso", disse o tucano, quase ao final do pronunciamento.


Em 2006, o tucano disputou o segundo turno da eleição com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas perdeu para o petista, que conseguiu se reeleger.


Na disputa deste ano, Alckmin ficou em quarto lugar no primeiro turno. Até a última atualização desta reportagem, com 98,75% das urnas apuradas, ele havia obtido 4,7% dos votos válidos, com pouco mais de 5 milhões de votos. Ficou atrás de Ciro Gomes, terceiro colocado, com 12,5% dos válidos e 13,2 milhões de votos.



Geraldo Alckmin dá entrevista após confirmação de resultado do primeiro turno das eleições


Campanha


Durante a campanha, Alckmin tentou, assim como Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), se apresentar como a "terceira via" diante de um cenário "polarizado" entre Bolsonaro e Haddad.


Mas, nas pesquisas do Ibope e do Datafolha, oscilou entre % e 10% nas intenções de votos, apesar de ter a maior coligação da corrida presidencial.


A aliança com partidos do "Centrão" (DEM, PP, PR, PRB e SD), além de outras três legendas (PTB, PSD e PPS), garantiu ao tucano a maior fatia do horário eleitoral entre os 13 postulantes ao Palácio do Planalto: 5 minutos e 32 segundos.


Esse tempo era quase metade do total de cada bloco de propaganda (12 minutos e 30 segundos).


No entanto, a coligação com as siglas do Centrão, que têm perfil mais conservador e integrantes investigados por corrupção, rendeu críticas a Alckmin.


Outra estratégia do candidato do PSDB durante as articulações para atrair mais apoio foi a escolha da senadora Ana Amélia (PP) para vice na chapa.


Candidata à reeleição no Senado pelo Rio Grande do Sul, Ana Amélia liderava as pesquisas de intenção de voto antes de desistir da disputa para embarcar na campanha de Alckmin.


A opção pelo nome dela tinha como objetivo conquistar eleitores da região Sul, atrair o setor do agronegócio, onde ela tem bom trânsito, e representar um aceno ao eleitorado feminino.


Geraldo Alckmin e Ana Amélia — Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo


Trajetória

Aos 65 anos de idade, foi a segunda vez que Alckmin concorreu à Presidência. Em 2006, ele conseguiu 39,9 milhões de votos no primeiro turno. Mas, no segundo turno, a votação encolheu e com 37,5 milhões de votos, ele perdeu para Lula, que obteve mais de 58 milhões de votos.

Médico, Alckmin começou a carreira política como prefeito de Pindamonhangaba (SP). Foi deputado estadual e federal antes de ser eleito vice-governador de São Paulo, de 1994 a 2001. Com a morte do então governador, Mario Covas, em 2001, assumiu o governo do estado. Foi reeleito governador em 2002, em 2010 e em 2014.

Em abril deste ano, renunciou ao cargo para disputar o Planalto. Presidente nacional do PSDB, ele foi o único inscrito nas prévias internas após vencer uma disputa dentro da legenda.


O nome dele enfrentava resistência de algumas alas do partido. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, por exemplo, insistia que fossem realizadas prévias com mais candidatos.


No PSDB, Alckmin enfrentou resistências. Arthur Virgílio, por exemplo, decidiu apoiar Marina Silva. Além disso, setores tucanos de São Paulo e de Minas Gerais passaram a articular votos pró-Bolsonaro.


Candidatura

A candidatura de Alckmin foi confirmada em convenção nacional do PSDB no início de agosto. À Justiça Eleitoral, ele informou ter patrimônio de R$ 1.379.131,70, incluindo um prédio comercial em Pindamonhangaba e um apartamento na capital paulista.



Seu programa de governo era alinhado com algumas das principais demandas do mercado financeiro, como a realização de reformas da Previdência Social e tributária.


O tucano também defendeu medidas de combate à corrupção e se mostrou favorável à nova legislação trabalhista, aprovada em 2017 na gestão do presidente Michel Temer, mas defendia "correções pontuais".


Fonte:G1

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