16 junho 2020

Mallory, Senai Ceará e UFC desenvolvem respirador mecânico em Maracanaú

Aparelho respirador.
Aparelho respirador. Foto: Axel Heimken/dpa/Pool/dpa/AFP

Com o mundo correndo para comprar respiradores da China por conta da COVID-19, o preço dos aparelhos aumentaram vertiginosamente. Mas uma alternativa genuinamente cearense, no entanto, segue em desenvolvimento sem alarde, no Instituto Senai de Maracanaú.

Ainda em fase de pré-protótipo, o projeto do respirador pulmonar mecânico é encabeçado por engenheiros da companhia Mallory, com sede em Maranguape, a entidade de aprendizagem industrial e Universidade Federal do Ceara (UFC). Trabalho realizado por mãos de profissionais das áreas de Mecânica, Pneumática, Hidráulica e Circuitos.

“Ninguém falava de respiradores mecânicos e agora passou a ser um ponto de foco. Agora, todos dependem da produção chinesa”, afirma a CEO da Mallory, Annette de Castro, em entrevista ao Focus. A empresa vai além: já atua na manutenção de alguns aparelhos respiradores no Ceará.

“Devido ao custo e a escala, o mundo estava bastante acomodado. Essa dependência está sendo questionada por todos os governos. A indústria brasileira é uma opção. Não queremos protecionismo, mas sim alternativas para entregar um produto de qualidade, segurança e valores bem mais em conta”, assegura a executiva.

Made in Ceará

O diretor regional do Senai Ceará, Paulo André Holanda, afirma que o equipamento made in Ceará já está há um mês e meio sendo desenvolvido. “A matéria-prima precisa ser do Ceará ou, no máximo, do Brasil, para evitar importações da China ou de outros países. Temos de garantir a eficácia do aparelho e preço, sem abrir mão de ajudar a indústria local. Não vai adiantar desenvolver um respirador e importar os componentes. Esses aparelhos continuarão existindo independente da COVID-19”, assegura. André ainda complementa ao afirmar que a solicitação de uma alternativa cearense partiu do presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante.

Algumas etapas precisam ser finalizadas até chegar na validação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Depois de submetido à Anvisa e ao Conselho de Ética do Ministério da Saúde, podemos aplicar a usabilidade dele”, ressalta. Se tudo transcorrer sem atrasos ou percalços, a ideia é que já no fim de 2020 o aparelho passe pelo crivo da Agência.

A produção efetiva se daria em 2021. Em termos de comparação de preço com os equipamentos importados da China, o diretor regional do Senai afirma ser difícil mensurar. “Mas a intenção é que a Mallory produza em larga escala esses respiradores”, afirma.


*Focus.jor

Nenhum comentário:

Postar um comentário