08 março 2017

Doria libera verba para compra de remédios em falta e doa salário para ONG


O Prefeito de São Paulo, João Doria, afirmou nesta terça-feira (7) que autorizou a liberação de uma verba suplementar para a compra de medicamentos que estão em falta nas unidades básicas de saúde (UBSs) da capital. O valor liberado para a Secretaria Municipal de Saúde não foi divulgado. Na segunda-feira (6), o SPTV, da TV Globo, revelou que os pacientes que usam os medicamentos das farmácias das UBSs continuam sem receber parte da medicação prometida pela Prefeitura de São Paulo.

Inicialmente, a gestão do prefeito João Doria anunciou uma parceria com a iniciativa privada para a doação de medicamentos e afirmou que os remédios chegariam às farmácias no dia 20 de fevereiro. Depois, a data prometida foi alterada para esta segunda-feira (6). No entanto, ainda há muitos remédios faltando na Zona Leste da capital.

Nesta terça-feira, Doria afirmou que a entrega de medicamentos começou na segunda-feira, conforme o prometido, mas que ainda o déficit é grande. Segundo ele, apesar da doação de medicamentos de laboratórios farmacêuticos, "ainda faltam remédios".

A afirmação ocorreu em cerimônia em que o prefeito entregou o salário de fevereiro, de mais de R$ 17 mil, ao Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graac). A doação dos salários mensais como prefeito foi uma promessa de campanha de Doria. Mensalmente, até o término do mandato de 4 anos, o valor será doado a uma instituição de caridade, afirmou ele.

"A entrega (dos medicamentos) está sendo feita nas farmácias, mas são muitos remédios, muitos medicamentos e isso é um problema gravíssimo. Nos conseguimos uma doação de R$ 126 milhões, que não é um valor pequeno, e não foi suficiente para atender toda a demanda de todos os medicamentos. Os remédios já estão sendo distribuídos, quase todos deste lote já foram, mas ainda assim faltam remédios", afirmou Doria.

O prefeito salientou ter autorizado uma verba suplementar para que a secretaria de Saúde abra um processo licitatório para a compra de medicamentos que estão faltando, mas que o processo pode levar até 90 dias.

"Vamos avaliar se podemos pedir mais uma contribuição do setor privado, porque esta é mais rápida e já temos a aprovação do Conselho Fazendário e demorou 10 dias para que estes medicamentos pudessem chegar depois da decisão do governo do estado de São Paulo de liberar os impostos. Neste sentido, numa doação desta ordem, não tem como cobrar 19% de imposto dos laboratórios que fizeram a doação", afirmou.

Doria disse que o problema da falta de medicamentos "é recorrente, não é novo, não é desta gestão" e que foi agravado porque não houve compra em setembro e outubro de 2016. Após a compra dos remédios que ainda faltam nas unidades, o prefeito afirmou que o foco será a logística da distribuição de remédios na capital.

"A questão da logística é difícil e este vai ser o próximo passo que vamos tomar. Na distribuição, pagamos por ano R$ 250 milhões. E isso eu não considero adequado. Este valor deveria ser aplicado integralmente em medicamentos e não em logística para a chegada dos medicamentos", salientou.

Pacientes reclamam da falta de medicamentos em unidades de saúde da Zona Leste

Doações


A Prefeitura de São Paulo anunciou em 8 de fevereiro uma parceria com 12 empresas farmacêuticas para o fornecimento gratuito de medicamentos utilizados na rede municipal de saúde. Até 165 tipos de medicamentos, que estão em falta no sistema público, poderão ser doados pelos laboratórios. Os medicamentos deveriam chegar às farmácias a partir de 20 de fevereiro.

Inicialmente, a doação está prevista para ocorrer no período de dois meses como um auxílio emergencial para abastecer a rede pública e tirar “do zero” o estoque de muitas unidades de saúde.


Fonte: G1

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