Os dois filhos da deputada federal Benedita da Silva, candidata à reeleição pelo PT, viraram réus na Justiça por receberem salários, sem trabalhar, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Segundo reportagem do jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira, o Ministério Público recebeu uma denúncia por ato de improbidade administrativa contra Pedro Paulo Souza e Silva e Nilcea Aldano Pereira da Silva. Os dois teriam sido beneficiados irregularmente com cargos na Uerj entre abril de 2010 e fevereiro de 2011. O total pago a eles seria de 143.700 reais no período.
Também são réus no processo o reitor da universidade, Ricardo Vieiralves de Castro; o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB); e mais quatro servidores da instituição suspeitos de terem participado do esquema. O processo tramita na 1ª Vara da Fazenda Pública desde 29 de maio deste ano. A promotora Gláucia Maria da Costa Santana alega na ação civil pública que deputada usou de tráfico de influência para ajudar os filhos na contratação. De acordo com a denúncia, Benedita conhece Vieiralves de Castro desde a década de 1970.
Os filhos de Benedita são funcionários da Câmara dos Vereadores do Rio desde 1987. Pedro Paulo e Nilcea foram cedidos à universidade no dia 1º de abril de 2010. Os dois foram lotados no gabinete do reitor da universidade. De acordo com diligências realizadas pelo MP, eles nunca apareceram no local para trabalhar.
Licença – Atualmente, Pedro Paulo está lotado na diretoria de material e serviço da Câmara, com salário de aproximadamente 13.000 reais mensais. Segundo funcionários do setor, ele entrou de licença especial por nove meses. Já Nilcea é funcionária da diretoria geral de administração da Casa, e recebe aproximadamente 11.000 reais por mês. Ela também está afastada das funções, em licença, até o fim de outubro.
Procurada pelo jornal, a deputada Benedita negou ter feito tráfico de influência e afirmou que não beneficiou os filhos: “Não tenho nada a ver com tráfico de influência. É interessante falar deste assunto em um momento desses (campanha eleitoral). Mas não me diz respeito. Se eles tiverem que responder (na Justiça), vão responder. Não sou eu. Haverá julgamento, e eles vão apresentar a defesa”, afirmou.
Em 1992, Pedro Paulo foi acusado de falsificar diploma de nível superior para ser contratado como assessor parlamentar na Câmara. Na época, a ex-governadora, então candidata à prefeitura, disse que desconhecia o fato.
Fonte: Veja.
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