08 novembro 2017

PREVIDÊNCIA: Temer recua e simplifica reforma


previdencia 08 11 2017

Após reuniões com líderes da Câmara e do Senado, o presidente Michel Temer convenceu-se de que não há condições políticas para a aprovação da reforma da Previdência tal como formulada pelo governo. Por isso, passou a discutir a possibilidade de encaminhar ao Congresso uma nova proposta, só com a exigência de idade mínima para a aposentadoria.

Equiparação - Parlamentares que participaram do encontro disseram ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, que o presidente queria incluir a equiparação das aposentadorias no serviço público e iniciativa privada. Esse ponto, no entanto, foi mal recebido pelos congressitas. "Se colocar isso, ninguém se reelege", reclamou um dos presentes.

Possibilidade - Na segunda-feira (06/11), Temer havia falado sobre a possibilidade de a reforma não ser aprovada em seu governo. Ministros contrariaram ontem o presidente e insistiram na tese que a reforma continuava sendo possível. "Vamos insistir com nossas lideranças parlamentares. Necessitamos indubitavelmente de uma reforma da Previdência", disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em vídeo gravado para redes sociais do PMDB.

Sugestão - "Não interpretei de forma tão pessimista", afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em reunião com aliados, e sugeriu que Temer chame individualmente os presidentes de partidos da base para explicar o efeito fiscal, já em 2018, de não se votar a reforma.

Pronunciamento - Nesta terça-feira (07/11) à noite, o próprio presidente fez pronunciamento em redes sociais voltando a se comprometer com a reforma. "Estamos fazendo um esforço para que hoje e no futuro os aposentados possam receber suas pensões (...). Toda minha energia está voltada para concluir a reforma", disse.

Mercado financeiro - O mercado financeiro acreditou no tom pessimista da fala de Temer na segunda-feira e teve um dia de perdas. A bolsa de valores de São Paulo (B3) caiu 2,55% e o Índice Bovespa fechou aos 72.414 pontos. O dólar subiu mais 0,5%, cotado a R$ 3,275.

Quadro fiscal 
- A despeito do comportamento do mercado, a ausência de uma reforma da Previdência agrava apenas ligeiramente o quadro fiscal no curto prazo. A aprovação levaria a uma economia de R$ 10 bilhões em 2019, de acordo com o economista André Gamerman. 

(Valor Econômico)

Nenhum comentário:

Postar um comentário