10 fevereiro 2018

Temer diz que acionou PF e Cade para investigar aumentos no preço da gasolina em postos



O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (9) que acionou a Polícia Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da Justiça, para investigar os aumentos de preços da gasolina nos postos de combustível.

Segundo Temer, quando a Petrobras aumenta o preço nas refinarias, o valor nas bombas de combustível sobe. Mas, de acordo com o presidente, o valor nas bombas não desce quando a Petrobras diminui nas refinarias.

Ele deu a declaração ao ser questionado, numa entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, sobre os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis.

O preço médio da gasolina alcançou R$ 4,221 por litro no Brasil na semana passada, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Os números da ANP mostram que o valor cobrado pelo combustível sobe há 14 semanas seguidas nos postos.

"Ainda hoje determinamos ao Cade e à PF que fiscalize os postos [...] Quando tem aumento, a bomba registra, quando registra redução, a bomba não registra. Não vamos permitir. Vamos botar PF e Cade atrás dessa fiscalização para impedir essa espécie quase de agressão ao consumidor. Essa providência já está sendo tomada", afirmou o presidente.

O presidente argumentou que, em seu governo, a Petrobras decidiu aplicar aos combustíveis os preços do mercado internacional. Por isso, segundo ele, há semanas em que o valor sobe nas refinarias, mas em outras, desce.

Nesta quinta-feira (8), o ministro Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência, já havia informado que pediu formalmente ao presidente do Cade, Alexandre Barreto de Souza, que inicie uma investigação sobre o preço de combustíveis para apurar se há cartelização no setor.

Gás de cozinha

Temer também disse que estuda uma maneira de baratear o preço do gás de cozinha para a população pobre, que, segundo ele, é quem mais sofre com o aumento no valor do item.

"Estou estudando uma fórmula de reduzir esse aumento para os mais pobres. Para os mais pobres, o gás de cozinha tem efeito grande. [A redução] é para logo", disse.

Reforma da Previdência

Em uma nota de zero a dez o presidente disse que a esperança do governo em aprovar a reforma da Previdência é de sete. "Hoje é sete, mas eu espero chegar a dez", afirmou o presidente.

Apesar da luta do governo para conseguir votos para a reforma, Temer disse que o Legislativo é parceiro do governo e que acredita na aprovação das mudanças na Previdência.

"Eu fiz do Legislativo brasileiro um parceiro do governo. Eu fui três vezes presidente da Câmara dos Deputados e o Legislativo sempre foi tomado como apendice do Executivo. Eu não eu. Eu fiz do Legislativo um parceiro do governo. E, por isso, nós conseguimos tudo isso que conseguimos até agora e, se Deus quiser, vamos conseguir também na Previdência", disse Temer.

O presidente Michel Temer disse, ainda, que dá para apostar com vantagem na aprovação da reforma. "Acho que dá pra apostar e apostar com vantagem. Não é importante, digamos assim, para o meu governo e sim para o país. E mais do que importante para o país, é importante para os aposentados, para os pensionistas, servidores públicos", afirmou Temer.

Na avaliação do presidente, o povo está mais consciente da necessidade da reforma, o que dá força à proposta dentro do Congresso.

"Eu confio muito que hoje o povo já está consciente de que é fundamental fazer essa reforma. Porque, em primeiro lugar, ela não atinge os mais carentes, os mais pobres, aliás, estão todos preservados. e, naturalmente, como a Câmara dos Deputados e Senado Federal sempre ecoam a voz do povo, o povo estando a favor, nos conseguiremos aprovar", concluiu.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta semana que a o governo terá 314 votos para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, a partir da nova versão da proposta apresentada.

O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse nesta quarta-feira (7) que a ideia do governo é ter a reforma da Previdência aprovada na Casa até o dia 28 de fevereiro.

'Embate diplomático'

Temer também foi questionado durante a entrevista sobre a situação da Venezuela, que vive uma forte crise política, econômica e social. Nesta quinta-feira (8), uma equipe de ministros visitou Roraima para observar a imigração de venezuelanos para o estado. De acordo com Temer, o Brasil vive um "embate diplomático" com o país vizinho.

"Estamos num embate diplomático [com a Venezuela]. Sabe que presidi o Mercosul e a Venezuela não foi admitida no Mercosul em face do que está acontecendo lá, e a todo momento estamos buscando uma ajuda huminatária do Brasil. Discordamos da forma como as coisas estão caminhando lá", disse Temer.

Nova ministra do Trabalho

O presidente também foi questionado sobre o impasse em torno da posse da nova ministra da Trabalho, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). Ela foi escolhida para o cargo no início de janeiro, mas a posse foi suspensa por sucessivas decisões judiciais. Um grupo de advogados acionou a Justiça para alegar que, por ter condenações na área trabalhista, Cristiane não poderia assumir a pasta.

O impasse começou na primeira instância da Justiça, que suspendeu a posse da deputada, e agora aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Temer, a exemplo do que fez em entrevistas recentes, ressaltou que, no entendimento dele, a nomeação de um ministro cabe ao presidente da República. Segundo o presidente, não cabe a um juiz da primeira instância barrar a posse.

"Não é uma questão de mérito, é uma questão de princípio. A lei estabelece que o presidente é quem indica. Posso até errar politicamente ou administrativamente, não é o caso da Cristiane Brasil, mas isso não o é revisável por um juiz de primeiro grau", afirmou Temer.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário