Pessoas como Francisco Adjaildo, jovens, com rotinas estressantes e sedentárias, fazem parte de um novo e crescente grupo de risco do AVC. Os fatores de risco são facilmente percebidos, mas são negligenciados, seja pela idade ou pelo ambiente caótico em que essas pessoas estão inseridas, alerta o neurologista e chefe da Unidade de AVC do HGF, Fabrício Lima.
“Está cada vez mais fácil de constatar que os jovens estão tendo mais AVC. O aumento se deve pela não prevenção dos principais fatores de riscos e por um acompanhamento inadequado da própria saúde, são vários fatores que, com o avanço da idade, só têm a piorar. Apesar de não ser raro em pessoas jovens, geralmente o AVC acomete pessoas acima de 45 anos e atualmente, no HGF, o índice de pessoas com idade inferior a essa já chega a 10%”, ressalta o neurologista.
Francisco Adjaildo estava em casa e tinha acabado de acordar quando começou a sentir os sintomas do AVC. Sentiu forte dormência em um lado corpo e não conseguia falar. De imediato, a esposa soube reconhecer os sinais e levou, junto ao filho, o comerciante a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Em seguida, ele foi encaminhado ao HGF, onde realizou exames específicos e foi acompanhado pelos especialistas.
O paciente, entretanto, pode se considerar uma pessoa de sorte. Além do socorro imediato e do atendimento dentro das primeiras quatro horas após o derrame, pacientes mais jovens costumam ter uma melhor recuperação.
“As chances de recuperação são muito altas, ou melhor, são ótimas, pois o cérebro de indivíduo jovem é capaz de se reorganizar de uma forma muito mais eficiente do que na pessoa mais velha, então as chances de recuperação com o tratamento também são maiores. Porém isso não é uma garantia em casos de negligência com o tratamento, pois, se não tratado, o AVC tem uma chance de ser tão fatal quanto nas pessoas mais velhas”, garante Fabrício Lima.
Prevenção
Aproximadamente 90% dos derrames são consequências de alguns fatores de risco, como o tabagismo, a hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas, colesterol alto e o sedentarismo. Com acompanhamento médico regular e alimentação adequada, aliada à pratica de atividades físicas, é possível reduzir o risco de ter AVC em até 80%.
“As pessoas devem entender que o nosso corpo é como um carro. Se cuidar direitinho, ele vai durar 10 ou 20 anos sem problemas sérios. Seguindo essa linha de raciocínio, não é porque se é jovem que vai estragar o organismo fumando, usando drogas, tendo uma alimentação inadequada, não controlando o peso ou tendo uma rotina estressante. Tudo isso vai ter impacto na vida quando você estiver mais velho. Esse cuidado com a saúde tem que começar muito cedo, ainda quando criança, com alimentação adequada e prática de atividade física de forma regular”, conclui o neurologista.
Atendimento especializado
Em média, a emergência do Hospital Geral de Fortaleza atende por mês 240 pessoas vítimas de AVC. Por ano, 1.900 dão entrada pela emergência e 800 pacientes ficam internados na Unidade de AVC a cada mês. O HGF foi o primeiro hospital público do Ceará a oferecer o tratamento a partir do trombolítico, um medicamento que dissolve os coágulos no cérebro e diminui em quase 50% as possíveis sequelas da doença, além de reduzir cerca de 30% a mortalidade.
Em média, a emergência do Hospital Geral de Fortaleza atende por mês 240 pessoas vítimas de AVC. Por ano, 1.900 dão entrada pela emergência e 800 pacientes ficam internados na Unidade de AVC a cada mês. O HGF foi o primeiro hospital público do Ceará a oferecer o tratamento a partir do trombolítico, um medicamento que dissolve os coágulos no cérebro e diminui em quase 50% as possíveis sequelas da doença, além de reduzir cerca de 30% a mortalidade.
Trombectomia no HGF
A Unidade de AVC do HGF foi uma das primeiras unidades de saúde pública do Brasil a ser selecionada para participar do Protocolo Resilient, projeto do Ministério da Saúde para o tratamento avançado de casos graves de AVC isquêmico.Iniciado em 2016, o estudo já beneficiou 59 pacientes que tiverem AVCs mais graves.
O HGF investe na reabilitação precoce por meio de uma equipe multidisciplinar. São médicos neurologistas, enfermeiros capacitados para tratar de AVC, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que monitoram, 24 horas por dia, 20 leitos de internação na Unidade de AVC do hospital.
Fonte: Blog do Tidi
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