20 abril 2018

Em pronunciamento, Temer critica 'torcida organizada pelo fracasso' e desafia: 'Quero ver fazer'



Em pronunciamento que foi ao ar em cadeia nacional de rádio e TV na noite desta sexta-feira (20), o presidente Michel Temer criticou a "torcida organizada pelo fracasso" do governo e afirmou que "muitos teimam em não perceber" o que chamou de vitórias e mudança em curso no país.

Na mensagem, Temer desafiou quem "bate" nele e no governo: "Quero ver fazer, quero ver conquistar".

A fala foi gravada na última quarta (19). Conforme a colunista do G1Andréia Sadi, inicialmente, Temer chegou a discutir, com auxiliares e ministros, utilizar parte do pronunciamento para se defender de uma eventual terceira denúncia a ser apresentada pela Procuradoria Geral da República. Ele, porém, decidiu não fazer nenhuma menção ao assunto na fala.

"É fácil bater no Michel Temer! É fácil bater no governo, é fácil só criticar. Quero ver fazer, quero ver conquistar! Quero ver construir e realizar o que nós conseguimos avançar em tão pouco tempo", disse o presidente no pronunciamento.

“A torcida organizada pelo fracasso tenta bater bumbo, tenta perder o jogo todos os dias. A verdade é que o Brasil virou esse jogo. Alcançamos, nesses dois anos, vitórias expressivas, recordes após recordes, mas muitos teimam em não perceber a mudança”, completou Temer.

No pronunciamento, o presidente também abordou a história de Joaquim José da Silva Xavier, ícone da Inconfidência Mineira, movimento que defendeu a independência do Brasil em relação a Portugal. Tiradentes foi enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792.

“Que nesse 21 de abril, lembremos que Tiradentes foi acusado e condenado por lutar e defender um Brasil livre, forte e independente. Ao final, a história lhe deu a vitória maior. Seu exemplo de luta é exemplo para todos nós que trabalhamos para trazer mais conquistas ao Brasil”, declarou o presidente.

O presidente não mencionou na mensagem as denúncias que foram apresentadas contra ele pela Procuradoria Geral da República, em 2017, e o inquérito dos portos, que apura se ele editou um decreto para beneficiar empresas do setor portuário em troca de propina. Ele nega as suspeitas.

Temer também destacou na fala a “liberdade da democracia, do direito de ir e vir, de pensar e expressar-se”, e voltou a reforçar a necessidade de seguir a Constituição, já que desrespeitá-la é “criar insegurança e instabilidade entre pessoas e instituições".

Otimismo


Na fala, Temer afirmou que muitas pessoas não admitem o “sucesso do Brasil”. Segundo o presidente, em suas viagens internacionais, ele verifica que o Brasil é “muito prestigiado e muito bem visto” por outros países, mas essa "visão externa positiva e otimista não coincide com o Brasil que alguns propagam internamente”.

O emedebista ressaltou que o Brasil precisa de uma “injeção de ânimo” e deve “acabar de vez com uma disputa irracional que busca jogar uns contra outros”.

O presidente citou o que considera realizações de seu governo, que completa dois anos em 12 de maio de 2016 – ele assumiu ainda de forma interina durante o processo de impeachment que cassou Dilma Rousseff.

Temer listou a inflação e a taxa de juros baixos, o crescimento econômico, a retomada de obras e a geração de postos de trabalho, além da criação de 500 mil vagas em escolas para ensino em tempo integral e a reforma do ensino médio.

O presidente ainda abordou a criação Ministério da Segurança Pública e a intervenção federal no Rio de Janeiro, decretada em fevereiro. Para Temer, tratam-se de “iniciativas inéditas que governo algum teve a coragem de tomar no enfrentamento e combate à violência urbana e ao crime organizado”.

Eleições

Temer lembrou em sua mensagem as eleições deste ano, quando os brasileiros escolherão presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais.

O presidente, que já admitiu publicamente que pensa em tentar a reeleição, não comentou uma eventual candidatura pelo MDB. Ele apenas frisou no discurso que pretende garantir que as eleições ocorram na “maior tranquilidade”.

“Esse é um ano de eleições. É um ano de escolhas. E elas deverão transcorrer na maior tranquilidade, e é isso que quero garantir-lhes a partir das minhas competências como presidente da República Federativa do Brasil. E para isso é preciso paz, justiça, segurança, responsabilidade”, disse.

G1

Confira o pronunciamento:


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