Gomes - Fotos Ailton de Freitas
Anúncio oficial da escolha da ruralista para a chapa será nesta segunda-feiraKatia Abreu e Ciro
BRASÍLIA - A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) foi escolhida para ser vice na chapa do candidato à Presidência, Ciro Gomes. Ela tinha recebido o convite oficial do partido na última quinta-feira, quando foi chamada para uma reunião de emergência da campanha no Rio de Janeiro. O partido ainda tentava até o último minuto conquistar alianças para o projeto presidencial de Ciro, e nutria esperanças de que o PC do B pudesse aderir a Ciro e indicar Manuela D'Ávila para o posto.
— Fui convidada na quinta-feira, mas ainda estávamos lutando até o último minuto por alianças. Quando me chamaram eu disse que seria uma honra, e que tudo o que puder fazer para somar, estou dentro — disse Kátia ao GLOBO.
A senadora, que já foi presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e ministra da Agricultura disse que foi chamada às pressas pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, na noite de ontem para vir a Brasília. Ela estava em Palmas com a família e largou o filho, Irajá Abreu, sem sua presença na convenção que ocorre hoje em Tocantins para oficializar a candidatura dele ao Senado. Lupi também está a caminho de Brasília. O anúncio oficial será nessa segunda.
Ao lado dela, o presidenciável pretende atenuar a pecha de machista que ganhou nos últimos anos, principalmente depois de ter dito que o papel de sua então mulher Patrícia Pillar na campanha de 2002 era dormir com ele. Dados da Justiça Eleitoral mostram que 52% do eleitorado brasileiro é formado por mulheres.
Outro ativo de Kátia é sua entrada no mundo rural, setor responsável por grande parte do PIB nacional. Com esse movimento, Ciro espera conquistar um eleitor mais de centro, ligado à atividade econômica que abrange sobretudo as regiões Centro-Oeste e Sul. O ponto negativo é que a senadora é alvo de um inquérito no âmbito da Lava-Jato por ter supostamente recebido, via caixa dois, repasses de R$ 500 mil da Odebrecht para sua campanha ao Senado. Em seus discursos, Ciro tem propagado que em 38 anos de vida pública nunca cometeu desvios éticos.
O pedetista terá agora o desafio de fazer campanha com apenas 40 segundos no horário eleitoral. A interferência do PT foi decisiva para impedir que Ciro fechasse aliança com o PSB. No último sábado, o presidenciável ainda teve que reagir a um ataque especulativo petista, que levantou a possibilidade dele ser vice na chapa encabeçada até agora pelo ex-presidente Lula.
De integrante do PFL a aliada de Dilma Rousseff
Conhecida pela personalidade forte, a senadora Kátia Abreu (TO) começou sua carreira política no antigo PFL (hoje DEM), passando pelo PSD, MDB e, finalmente, PDT, ao qual se filiou no fim do ano passado. Com a morte do marido em um acidente aéreo, ficou viúva aos 25 anos. Largou a vida de dona de casa e passou a gerenciar a fazenda de soja e gado deixada pelo marido em Tocantins.
Em 2000, se elegeu deputada federal pela primeira vez e tornou-se uma das principais lideranças ruralistas. Foi presidente da Confederação Nacional da Agricultura, e, como defensora dos interesses do agronegócio, ganhou o troféu “Motosserra de Ouro" do Greenpeace, em 2010.
Identificada com a direita, Kátia surpreendeu ao virar ministra da Agricultura da presidente Dilma Rousseff (PT), de quem virou uma das mais fiéis aliadas e amiga.
Em 2015, Kátia teve um entrevero com o senador José Serra (PSDB-SP) em uma confraternização em Brasília. O tucano quis fazer graça e disse que a senadora tinha “fama de namoradeira”. Irritada, Kátia, que tinha casado pela segunda vez poucos meses antes, pediu respeito e atirou o vinho de sua taça em Serra.
Fonte: O Globo Brasil
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