11 março 2019

Guedes diz ter pronta PEC para desvinculação total do Orçamento

 
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu que a proposta de emenda constitucional (PEC) que desvincula receitas e despesas do Orçamento tramite "o mais rápido possível" no Congresso.


 A medida foi antecipada pelo Valor em novembro, ainda durante os trabalhos da equipe de transição, e posteriormente comentada pelo titular da pasta em seu discurso de posse. Agora, Guedes diz que o texto deve tramitar no Congresso ainda durante a discussão da reforma da Previdência.


Ao jornal "O Estado de S. Paulo", Guedes chamou a medida de "PEC do pacto federativo" porque, em sua visão, ela abriria caminho para os recursos serem redistribuídos entre União e entes subnacionais. "Está caótico o quadro financeiro de Estados e municípios. Isso significa que o timing político é já.


 Então, nós vamos mandar o pacto federativo também para o Congresso agora, mas pelo Senado", afirmou. A ideia é que o texto seja apresentado por um senador da base do governo. "São dois projetos grandes e importantes [PEC do Orçamento e PEC da Previdência].


Um entrando pelo Senado, outro pela Câmara. Eu até achava que a gente iria segurar um pouco para fazer uma coisa de cada vez. Só que a situação político-financeira de Estados e municípios está pedindo isso já", disse. Apesar disso, ele ponderou que a decisão sobre o timing é do Planalto. "Por mim, é sempre o mais rápido possível. Mas quem manda é o presidente, o Onyx e o Congresso", disse.


Com a PEC, Guedes pretende atacar o engessamento do Orçamento. A fatia das despesas obrigatórias no total da despesa primária passou de 84% em 2013 para 91% em 2017. Dois exemplos de obrigações constitucionais existentes hoje são as despesas com Saúde e Educação. A emenda do teto de gastos, aprovada em 2016, estabeleceu níveis mínimos para as duas áreas usando a correção inflacionária em cada ano (antes, eram considerados percentuais das receitas da União a serem aplicados em cada área).


Reforma da Previdência Ao jornal, o ministro diz que faltariam 48 votos para que a reforma da Previdência seja aprovada na Câmara dos Deputados, mas depois pondera, diante da lembrança feita pelos repórteres de que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o texto não seria aprovado hoje. "O Rodrigo Maia é o especialista. Aparentemente, eu não entendo de política.


É claro que a nova política terá de valorizar os partidos. Política é feita por partidos. Agora esses partidos não podem ser mercenários. Têm de ser temáticos e programáticos. É um choque do antigo com o novo e não adianta acusar o governo de não querer fazer política como antigamente. Claro que não! Fomos eleitos para não fazer. Aquele jeito de fazer política está na cadeia e está perdendo eleição. Qual o jeito novo? Não sabemos. Vamos aprender juntos", disse.


Fonte: Valor

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