06 março 2019

Post polêmico de Bolsonaro tem destaque na imprensa internacional




O polêmico post do presidente Jair Bolsonaro , que publicou em seu perfil no Twitter na terça-feira um vídeo com cenas obscenas , gravado durante o carnaval, está repercutindo na imprensa internacional. A publicação foi feita com o intuito de "expor a verdade para a população" sobre o que estaria se tornando a folia no país.


O jornal americano "The New York Times", logo na abertura da matéria, diz sobre o texto: "Faremos todos os esforços para mantê-lo digno".

"O artigo que você está prestes a ler é sobre um vídeo com conteúdo sexual, o presidente da quarta maior democracia do mundo e as guerras culturais que agitam o Brasil", afirma.

"The New York Times" repercutiu a polêmica do vídeo Foto: Reprodução/The New York Times


O jornal britânico "Mirror" enfatizou que o vídeo é impróprio para menores de idade e "muito obsceno", enquanto o "Independent" destacou a pergunta que Bolsonaro postou nesta quarta-feira, sobre o significado de " golden shower ". A expressão faz referência à prática sexual que aparece nas imagens e está entre os assuntos mais comentados do Twitter nesta quarta-feira.
Jornal britânico "Mirror" repercutiu polêmico post de Bolsonaro Foto: Reprodução/Mirror

O também britânico "The Guardian" disse que o presidente foi "ridicularizado" após a publicação. Segundo o jornal, Bolsonaro "provocou indignação, nojo e ridicularização depois de twitar um vídeo pornográfico em uma aparente tentativa de revidar as críticas ao seu governo durante o carnaval deste ano".
Site do britânico 'The Guardian' destaca post polêmico de Bolsonaro Foto: Reprodução

Outro portal de notícias a abordar o assunto foi o americano "Insider". No título, o site afirmou que "o presidente do Brasil declarou guerra ao carnaval". O "Insider" também falou sobre manifestações de foliões contra o governo realizadas em blocos no período de festa nacional.

A agência de notícias "Reuters" informou que "Bolsonaro provocou choque e indignação" com o tweet. O veículo ressaltou também que o presidente causou ainda mais polêmica ao publicar hoje pela manhã a pergunta "O que é golden shower?", que é justamente a prática sexual que o vídeo mostra.

O presidente usou as imagens para criticar blocos de rua, sugerindo ser algo habitual se despir e tocar as partes íntimas em público ou urinar na cabeça de outra pessoa, conforme ocorre no vídeo gravado no desfile do Blocu, em São Paulo, na última segunda-feira.

"Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conslusões (sic)", escreveu Bolsonaro.

O Twitter incluiu um alerta de "conteúdo sensível" no post, devido ao seu caráter pornográfico, para que o internauta concorde em acessá-lo. Os vídeos postados na rede social podem ser vistos automaticamente,dependendo do que retratam .

"Nós não podemos te mostrar tudo!", diz o aviso do Twitter. "Ocultamos automaticamente vídeos com possível conteúdo sensível ou impróprio".


Procurado, o Twitter informou que "tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, e eventuais violações estão sujeitas às medidas cabíveis".

O vídeo já registrou cerca de 2 milhões de visualizações, despertou a atenção de anônimos e famosos e causou polêmica na rede social . As hashtags mais usadas no Twitter são #ImpeachtmentBolsonaro, #BolsonaroTemRazão e #goldenshowerpresident.
Estado de degeneração

O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, saiu em defesa de Bolsonaro e de suas publicações. Ele comparou a postura do presidente a de Theodore Roosevelt (presidente dos Estados Unidos entre 1933 e 1945).

"Roosevelt dizia que a Presidência da República é um 'bully pulpit', uma posição pública que permite falar com clareza e com força sobre qualquer problema. Foi o que o Presidente @jairbolsonaro fez ao expor o estado de degeneração que tomou nossas ruas nos últimos dias", escreveu Martins.


Fonte: O Globo

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