01 julho 2019

Se houver culpa de ministro, é 'óbvio' que Bolsonaro irá substituí-lo, diz Mourão


O general Hamilton Mourão, presidente em exercício, afirmou nesta quinta-feira (27) que é "óbvio" que o presidente Jair Bolsonaro substituirá o ministro do Turismo "se houver alguma culpabilidade" no caso dos laranjas.

Mourão comentou a prisão, nesta quinta, de três pessoas ligadas ao ministro Marcelo Álvaro Antônio na investigação sobre candidaturas de laranjas do PSL na eleição de 2018. O esquema foi revelado pela Folha.

"Ele [Bolsonaro] aguarda o desenlace das investigações e, óbvio, se houver alguma culpabilidade dele [Álvaro Antônio] no processo, o presidente não vai ter nenhuma dúvida sobre substituí-lo", disse Mourão, que ocupa a Presidência enquanto Bolsonaro está no Japão para participar da cúpula do G20.

De acordo com Mourão, a decisão da demissão será de Bolsonaro. "Sou mais um assessor do presidente. Ele que toma a decisão, ele que tem os elementos para isso. Vamos aguardar. Sempre que a gente quer colocar a culpabilidade na frente dos acontecimentos, as coisas não funcionam corretamente. Não vamos linchar a pessoa antes de todos os dados serem esclarecidos."


Mourão falou com a imprensa durante a posse do juiz federal Victor Laus como presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), substituindo Thompson Flores. O ministro da Justiça, Sergio Moro, estava presente, mas não discursou nem atendeu a imprensa.

A posse de Laus é a primeira que contou com a presença de um presidente da República, segundo o TRF-4. Como o tribunal é responsável por julgar os recursos em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos da Lava Jato, a presença de Mourão ganha conotação política.

O presidente em exercício, porém, é amigo de Thompson Flores, que agora deixa o cargo para substituir Laus na 8ª Turma da corte. Mourão e Thompson Flores costumam se encontrar quando o general está em Porto Alegre, sua cidade natal.

*Folha.

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