Um levantamento realizado pela Semesp, entidade que representa as mantenedoras de ensino superior no Brasil, mostra uma queda de 77,4% no número de inscritos no Enem com renda mensal de até três salários mínimos, ou seja, de estudantes que tiveram a sua ‘declaração de carência’ aprovada pelo Ministério da Educação. Em números absolutos, a taxa representa 2,8 milhões de inscritos a menos do que na edição anterior do exame.
Também houve diminuição no número de estudantes com ‘inscrição gratuita’ que são aqueles que concluíram o Ensino Médio em escola pública ou são bolsistas integrais em escolas privadas. A queda foi de 20,8%, o que representa 239.577 inscritos a menos.
No total, a prova será realizada por 3 milhões de estudantes pobres a menos. Por outro lado, houve aumento de 9,2% entre o número de estudantes que puderam pagar a taxa de inscrição, 387.977.
Um dos principais fatores que explicam ‘um Enem mais elitista’, segundo o Semesp, para além da crise da pandemia, foi o veto à gratuidade na prova praticado pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro.
O titular da pasta aplicou o veto, segundo ele, a quem ‘deu de ombros’ ao exame no ano passado, que foi realizado em janeiro de 2021, momento em que o País passava por um dos picos da pandemia, somando quase 30 mil mortos por Covid-19. À época da prova, muitos estudantes deixaram de comparecer por medo da infecção ou foram impedidos de realizar o exame por encontrarem as salas lotadas.
Fonte: Carta Capital
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