O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos alvos da Operação Venire que investiga adulteração em cartões de vacinação. A residência do ex-presidente foi alvo de um dos mandados de
busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (3). Os
agentes também recolheram o celular de Bolsonaro.
"Nunca falei que tomei a vacina [de covid-19]. Nunca me foi pedido cartão de vacinação
nos EUA. Não existe adulteração de minha parte", disse o ex-presidente ao deixar sua
residência em Brasília, acompanhado de seus advogados de defesa.
Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão
preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.
Ao conversar com jornalistas na saída de sua casa, Bolsonaro disse que optou por não
tomar a vacina após ler a bula do imunizante: "eu não tomei a vacina. Foi uma decisão
pessoal minha, depois de ler a bula da [vacina] Pfizer."
Ele informou ainda que sua filha Laura Bolsonaro também não tomou a vacina. No
Twitter, a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro comentou a ação:
"hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso
advogado não teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido.
Ficamos sabendo, pela imprensa que o motivo seria "falsificação de cartão de vacina" do
meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada."
Entre os seis detidos na manhã de hoje está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada pela defesa do
ex-assessor.
Operação Venire
Por meio de nota, a corporação informou que também está sendo feita análise do material
apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações
sobre o caso.
“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram
como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a
condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”, destacou a PF.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los
para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e
Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa”, completou.
Ainda conforme a corporação, o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário
em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à
vacinação contra a covid-19”.
*Agência Brasil