Em uma semana intensa de reuniões em Brasília na tentativa de acelerar o processo de conclusão da Transposição do Rio São Francisco, em que esteve acompanhado do governador do Ceará, Camilo Santana, do ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, e até mesmo com o presidente da República, Michel Temer, o deputado federal Danilo Forte (PSB-CE) chegou ao Ceará e foi direto debater o assunto com setores interessados com a temática. Em Fortaleza, nesta sexta-feira, 11, o parlamentar participou de uma audiência pública da Comissão Especial que discute a atual situação do Projeto na Assembleia Legislativa do Ceará.
Entre parlamentares e setores do meio científico, o secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, e autoridades da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Danilo Forte alegou estar preocupado pela situação em que passa o Ceará, sob o risco de ficar mais um ano dependendo exclusivamente das chuvas, mesmo que as previsões sejam favoráveis ao quadro invernoso. O parlamentar expôs que desde 2011 tem acompanhado de perto a política de abastecimento de água e o projeto da Transposição, iniciado em 2005. "Estamos vivendo um momento de racionamento. O pior dos mundos será o colapso. Nossa passividade nos impede de ter postura afirmativa conforme a necessidade que o momento exige. Conhecendo o projeto, e o contexto em que ele está inserido nota-se que existe inclusive o preconceito contra os nordestinos e pela existência da cultura da seca, que não pode permear nosso vida. Infelizmente aqui já se trocou água por voto durante muitos anos. Temos que desarmar os espíritos políticos eleitorais e construir uma solução política para o momento que estamos vivendo. Não podemos esperar com passividade, pagando um grande prejuízo. Este será mais um sonho que não se realizará?", questionou Forte.
Em defesa de uma união de forças políticas, Danilo lembrou que não caminhou ao lado do governador Camilo Santana em seu projeto político em 2014, mas entende que é necessário uma mobilização que chame a atenção do Brasil para o risco de sobrevivência. O socialista exortou que "é necessário apressarmos o projeto em curso. São Paulo buscou e tirou 4 milhões de reais no período em que esteve retirando água do volume morte do Cantareira. Houve mobilização nacional inclusive da mídia. Aqui no Nordeste talvez estejamos perdendo a oportunidade de fazer igual. É urgente uma mobilização até por uma questão de sobrevivência. Não adianta pensarmos em projeto para 2018, pois corre-se o risco desta discussão cair no esquecimento e quem vai pagar são os menos favorecidos e os empresários sem água para tocar suas empresas".
Fonte: Blog do Tidi