Bolsa bate recorde histórico de 107 mil pontos Foto: Renato Cerqueira/Futura Press
A pontuação do fechamento do Ibovespa ficou levemente abaixo da máxima do dia, de 107.420,73 pontos (+1,32%), também um recorde. Os ganhos do índice foram sustentados principalmente pelas ações do setor financeiro. A alta nesse grupo foi generalizada e o Ifinanceiro, que congrega apenas ações do setor, terminou o dia com alta de 2,14%, bem acima do Ibovespa.
"A aprovação da reforma da Previdência será como o extermínio do vilão da temporada de uma série. A expectativa é que ela destrave a economia e traga o investidor estrangeiro de volta", disse Rafael Bevilacqua, analista da Levante Ideias de Investimento.
Segundo ele, a queda do dólar hoje também foi um sinal importante para o investidor não residente, uma vez que a depreciação do câmbio doméstico, embora torne o investimento no Brasil mais atrativo, gera uma percepção negativa. "Depois da reforma da Previdência, ainda há muitas coisas para o governo realizar, mas são todas menores. Se a economia não evoluir e o estrangeiro não voltar, descobriremos que temos um problema maior do que imaginávamos de estagnação econômica", afirma.
Câmbio
Internamente, a moeda brasileira foi ajudada por um misto de otimismo com a votação da reforma da Previdência no Senado, que ainda ocorria, e com os dados acima do esperado do IPCA-15. Com uma inflação maior que a estimada, a percepção é de que diminuem as chances de um movimento mais agressivo de queda da Selic, o que diminuiria o diferencial de juros entre o Brasil e outros países e poderia ter reflexo no fluxo de investidores.
"O resultado do IPCA tira força do movimento recente do mercado de apostar em um corte de 0,75 pontos no Copom de outubro. O IPCA-15 aborta essa possibilidade", afirmou o sócio e gestor da Absolute Investimentos, Roberto Serra.
Ainda que com mais intensidade, o movimento do dólar ante o real acompanha a maioria dos emergentes. A divisa americana cai frente à maior parte delas, inclusive ao peso chileno, que ontem foi penalizado em função das tensões populares que tomaram conta de grandes cidades. Às 17h20, o dólar caía 0,23% ante o peso chileno. Frente à moeda sul africana, o recuo era de 1,22%. As exceções ao movimento eram Argentina (+0,45%) e México (+0,07%).
As moedas emergentes são favorecidas pela percepção de que há alguma diminuição de incertezas em relação ao possível acordo entre Estados Unidos e China e sobre um fim menos brusco para o Brexit.
Petrobrás
Outro importante destaque do dia, com potencial para contagiar o mercado como um todo, foram as ações da Petrobrás. Os papéis foram beneficiados por um conjunto de fatores, como a alta do petróleo, o reajuste dos preços do gás e a expectativa otimista quanto ao resultado trimestral da estatal, que será divulgado na próxima quinta-feira.
No meio da tarde, a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) aprovou o relatório do projeto de lei em que o governo solicita a abertura de crédito especial de R$ 40,5 bilhões, para, entre outras destinações, a União pagar à Petrobras os valores correspondentes à revisão do acordo do contrato de cessão onerosa. Ao final do dia, as ações da companhia tiveram valorizações de 3,06% (ON) e de 2,88% (PN).
*ESTADÃO
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