22 novembro 2019

Bancos e casas internacionais apostam na bolsa brasileira

Bancos e casas internacionais apostam na bolsa brasileira

Apesar do possível adiamento de um acordo entre Estados Unidos e China ser um ponto de atenção (e cautela) do mercado, ontem o Ibovespa fechou em alta de 1,54%, com 107.496 pontos. Aparentemente, a confiança na bolsa brasileira está aumentando, com grandes casas internacionais recomendando alocações em ações brasileiras.

Além disso, os investidores ainda têm uma visão favorável em relação aos ativos de renda fixa, principalmente devido aos bons fundamentos da economia, como juros mais baixos, expectativa de retomada da atividade e avanço no lucro das empresas.

Alguns fatores positivos que demonstram isso foram, por exemplo, a avaliação do banco UBS, que dava à bolsa brasileira um selo de "strong overweight" (uma expressão que indica que aquele ativo ou bolsa pode ter um desempenho maior do que o esperado). Ao mesmo tempo, o BTG Pactual elevou a recomendação para as ações locais e cravou que o Ibovespa pode chegar a 131 mil pontos em 2020.

A indicação de grandes bancos por ações locais também impactou no dólar. Com o impasse entre Estados Unidos e China, a moeda norte-americana oscilou entre leves altas e quedas ao longo do dia, até encerrar em queda de 0,13%, valendo R$ 4,1934. Segundo analistas, a reafirmação da expectativa positiva para a bolsa brasileira pode ter impactado positivamente o câmbio local.

Por outro lado, no entanto, não há perspectivas tão claras de valorização do real. Eventos que trazem volatilidade para o mercado, como a decisão do presidente Jair Bolsonaro de deixar o PSL e criar um novo partido e a soltura do ex-presidente Lula podem impactar negativamente a moeda. O mercado também não viu com bons olhos a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que "a autoridade monetária agirá via juros caso o dólar ameace a inflação, mas sem intervenções no mercado cambial".

Confira o que esperar dos mercados hoje, às 8h35, no "Morning Call" com o analista Raphael Figueredo, o Rafi, da Eleven Financial:


Agenda

Hoje há a divulgação dos dados de inflação do IPCA-15 às 9h pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que devem concentrar a atenção dos investidores locais.

Nos Estados Unidos, haverá a divulgação do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da manufatura e de serviços.

Na Europa, a Alemanha divulgou os dados do seu PIB do terceiro trimestre, que subiu 0,1% na margem e 0,5% no ano.

Mercados Internacionais

Devido ao impasse nas negociações entre China e EUA, as bolsas norte-americanas tiveram queda.

Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o Dow Jones terminou a sessão em queda de 0,20%, aos 27.766,29 pontos, enquanto o S&P 500 fechou o dia com perdas de 0,16%, aos 3.103,54 pontos. O índice eletrônico Nasdaq recuou 0,24%, a 8.506,21 pontos.

Na China, o índice Xangai Composto recuou 0,63%, a 2.885,29 pontos, e o Shenzhen Composto teve queda de 1,45%, a 1.607,51 pontos.

Já o japonês Nikkei subiu 0,32%, a 23.112,88 pontos, devido ao bom desempenho de ações do setor de eletrônicos.

A preocupação mundial com as negociações entre China e Eua também impactaram as bolsas europeias, que fecharam em baixa.

O índice de referência da Bolsa de Londres, o FTSE 100, caiu 0,33%, para 7.238,55 pontos, com o número de ações em baixa sendo o dobro das em alta.

Em Frankfurt, o índice de referência DAX caiu 0,16%, com 13.137,70 pontos, e está a 3,11% do seu recorde de 13.559,60 pontos atingido em janeiro do ano passado.

Em Paris, o índice CAC 40 teve queda de 0,22%, com 5.881,21 pontos, enquanto e em Madri, o IBEX perdeu 0,12%, aos 9.214,00 pontos. Em Milão, o FTSE MIB fechou em queda de 0,31%, com 23.279,78 pontos.

Empresas


GPA e Via Varejo

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) e a Via Varejo, que reúne as marcas Casas Bahia e Ponto Frio, já desmontaram boa parte da estrutura que unia as operações das duas empresas. A separação definitiva ainda deve avançar em outras frentes. A principal e e ais sensível será envolvendo a marca Extra.com, segundo reportagem e Adriana Mattos, do Valor Econômico.

Braskem

Fernando Musa, presidente da Braskem, será substituído pelo presidente do conselho de administração da petroquímica, Roberto Simões. O executivo deixa o cargo depois de a Petrobras, segunda maior acionista da companhia, ter feito críticas à atual gestão e ter pedido à sócia Odebrecht a troca, conforme informações de Stella Fontes, do Valor Econômico.

Volsk e Ford

Com o fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, onde eram montados seus caminhões, as alemãs Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões e Ônibus são as fabricantes que podem dividir esse mercado que ficou "órfão", segundo Ana Paula Machado, do Valor Econômico.

*valorinveste.globo.com

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