Camilo assina plano com premissas do capitalismo moderno ao lado de José Sarto e do formulador do projeto, o secretário Maia Júnior.
Não é de hoje que Maia, com pleno aval da cúpula do Governo, dá a melhor cara à gestão de Camilo Santana. Porém, essa é uma conversa para outro momento. Aqui, tratarei do discurso do governador no lançamento do plano. Para uns, algo surpreendente. Para quem acompanha o governador com uma lupa, apenas a confirmação enfática de um perfil muito pragmático na gestão e na política.
A fala de Camilo, um petista que aponta Lula como o melhor presidente do Brasil, foi um bálsamo para os ouvidos liberais. Não esse liberalismo rastaquera que viceja e rasteja por aí. Mas sim, o liberalismo clássico que preza a democracia, além das liberdades individuais e econômicas.
“O papel do Estado é saúde, educação e segurança”, bradou o governador logo no início de sua fala. Na sequência, proferiu as duas orações preferidas do liberalismo: “O papel do Estado não é ser empresário” e “[é preciso] um Estado cada vez menor e mais eficiente”.
Sim, o grosso da platéia era formada por empresários. Sim, uma parte desses empresários está encaixada na estante de negócios diretos e indiretos que o Estado gera. Mas a fala de Camilo reflete claramente o pensamento e a ação de seu Governo.
“O dever de casa nosso: tornar o poder publico mais eficiente, menos burocrático, que as pessoas não tenham que passar em mais de dez órgãos para poder abrir uma empresa”, disse Camilo ao falar do plano Maia e, em seguida emendar: “Controle fiscal é fundamental”. Não, não era um evento do Novo.
Camilo seguiu em sua pregação que teria o aplauso de dez entre dez liberais: “[O crescimento] é uma grande pactuação. O Governo tem que fazer a parte dele. Tem que ser eficiente, tem que desburocratizar, ser ágil. O ambiente de negócios tem que ser favorável. Isso depende dos nossos empresários, da nossa imprensa, da sociedade, das instituições de classe. Uma pactuação é o que nós aqui estamos propondo”. Há como discordar?
Nesse ponto, o governador novamente trata do papel do Estado: “[Nessa pactuação], o governo tem de ser um estimulador do processo”. Notem bem, estimulador e não condutor. Não há uma leve diferença entre os termos.
A seguir, Camilo tratou de outro “ponto fundamental”. Capital Humano”. Sim, as pessoas e não o Estado. Falou em investir nas pessoas e aí citou uma referência inusitada: Singapura, uma economia altamente desenvolvida baseada no livre-mercado, hub financeiro e de democracia, digamos, imperfeita.
“Singapura era mais pobre que o Brasil há 30, 40 anos. Não tem nada de recursos renováveis. Hoje é um dos países mais desenvolvidos do mundo. Sabe qual foi o segredo deles? Investir em capital humano, em educação”. Corretíssimo. Porém, a ex-colônia inglesa aliou esse “investimento nas pessoas” com a liberdade econômica.
O governador foi além em sua pregação que, na prática, o torna um estranho no ninho petista: “Segundo ponto fundamental: infraestrutura e logística. Esse é o papel do Estado. Papel do Estado não é querer ser empresário. O papel do Estado é dar as condições para o empresário poder investir e fazer seus negócios”.
Por fim, Camilo mandou a seguinte frase: “Segurança jurídica [é fundamental]. Nenhum empreendedor vem para o Ceará sem isso. Além de garantir segurança jurídica, somos um estado que honra seus compromissos”.
Quem da nossa gloriosa esquerda se dispõe a assinar embaixo?
*Focus.jor.br
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