O prefeito de Acaraú, Alexandre Gomes (PDT) entregou na noite desta sexta-feira a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Dr. João Batista Bastos Capistrano à população do município de Acaraú, a unidade é classificada como tipo 1, voltada para atendimento de urgência e emergência junto a população local. Segundo o prefeito a unidade é fruto de uma luta árdua e contínua, pois o equipamento contará com 57 profissionais prontos, aptos e dispostos a acolher e atender os pacientes, o equipamento foi preparado para atender também, pacientes com Covid-19 e a equipe conta com dois médicos plantonistas, um medido exclusivo para pacientes do Covid, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistente social, técnicos de RX, recepcionistas, dentre outros. “
A UPA é parte de uma rede de atenção Municipal organizada e composta pelas 28 equipes de Saúde da Família, programa melhor em casa, CAPS, clínica de Fisioterapia, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a Atenção Hospitalar (Hospital Dr. Moura Ferreira). A Unidade concentrará os atendimentos de saúde de complexidade intermediária. Desta forma a população Acarauense terá uma melhoria significativa no acesso e um aumento da capacidade de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Momento solene da inauguração da UPA de Acaraú - Foto Manoelzinho Canafístula
Estrutura - A UPA oferecerá uma estrutura com RX, Eletrocardiograma, 02 leitos de Pediatria, 10 leitos de observação adulto, e neste momento em que o município enfrenta a pandemia do covid-19, vai dispor ainda de cinco leitos de alta complexidade com respirador e monitor multiparametros. O Município de Acaraú aproveitando a infraestrutura oferecida pela UPA disponibilizará ainda mais 10 leitos exclusivos para pacientes covid-19 e outros dez para demais atendimentos. Caso seja necessário, o paciente poderá ser encaminhado para um hospital da rede de saúde para realização de procedimento de alta complexidade com todo conforto, segurança e atenção necessárias.
Custo – Segundo o prefeito Alexandre Gomes a unidade terá um custo de R$ 535 mil mensal, desse total o governo federal e do estado devem contribuir com R$ 340 mil e o restante será custeado com recursos próprios. “Fomos cobrados pela entrega dessa obra, porém era preciso fazer uma avaliação sobre a parte mais difícil do projeto, que é a manutenção da unidade e hoje a nossa UPA é um sonho realizado e estamos entregando a população de Acaraú, um equipamento moderno e que ficará na história”, disse o prefeito.
Prefeito Alexandre Gomes visita as instalações internas da UPA, leitos com respiradores para atendimento de pacientes com Covid-19 - Foto: Manoelzinho Canafístula
Atendimento - A UPA funcionará 24 horas por dia, sete dias por semana para atender a população do município, e assim resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, cortes, primeiro atendimento ao infarto, derrame e fraturas. A nova estrutura ajudará a diminuir as filas no pronto-socorro do hospital Moura Ferreira. A previsão e de que 97% dos casos sejam solucionados na própria unidade.
“Quando o usuário chegar à unidade, os médicos prestarão socorro, controlarão o problema e detalharão o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar a um hospital ou mantê-lo em observação por 24 horas”, ressalta a secretária Liduína Freitas. A UPA de Acaraú faz parte da Política Nacional de Urgência e Emergência, lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, que estrutura e organiza a rede de urgência e emergência no país, com o objetivo de integrar a atenção às urgências.
Fachada da UPA de Acaraú, o equipamento funcionará 24h - Foto: Manoelzinho Canafístula
História - As UPA’s no Brasil nasceram de um sonho e de uma luta do governo petista de Lula e Dilma Rousseff, já haviam construído 446 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e em 2016 antes de ter seu mandato cassado pelo congresso Dilma deixou o governo com outras 620 UPAs em construção em todo o Brasil. Os dados foram coletados por 6 pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, instituições públicas e de universidades públicas do Brasil e publicado na Revista de Saúde Pública em 2017.
Em 2015 o governo Dilma Rousseff finalizou 87 novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 1.526 novas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Na epidemia do coronavírus, as UPAs poderiam ter tido condições de fazer exames rápidos e ajudar a controlar o vírus, mas o governo atual não se preparou para a crise e o Brasil não tem kits suficientes para testar todos os doentes. Uma das estratégias bem sucedidas em outros países foi fazer o teste e isolar rapidamente as pessoas contaminadas.
De acordo com o estudo, as UPAs foram idealizadas no ano 2000, mas só começaram a ser implantadas a partir de 2007 no governo do ex-presidente Lula, inicialmente na região Sudeste. O financiamento federal foi um forte indutor da implantação. Os estados planejaram suas unidades de pronto atendimento, mas os pesquisadores criticam a existência de negociação direta entre os municípios e a União. Segundo a pesquisa, isso contribuiu com o significativo número de unidades de pronto atendimento construídas pelos governos petistas, mas que não funcionavam.
A gestão das unidades de pronto atendimento é predominantemente municipal, com a maioria das unidades de pronto atendimento localizadas fora das capitais. Os principais desafios identificados foram: o sub-financiamento e a dificuldade de contratar médicos. As prefeituras e governos estaduais diziam não ter recursos para mantê-las. Em 2017, o Congresso Nacional aprovou o congelamento dos investimentos em saúde pública, proibindo por lei aumentar investimentos na saúde da população e inviabilizando de vez o funcionamento das UPAs. Nenhum país do mundo, garantiu o ex-presidenciável Ciro Gomes, tomou uma atitude tão estúpida como essa de congelar investimentos em Saúde e Educação.
Os pesquisadores concluíram que a unidade de pronto atendimento tem o mérito de ter recursos tecnológicos e ser arquitetonicamente diferenciada, mas acreditam que o sucesso das UPAs depende de se situar dentro de uma rede de urgência. A construção de UPAs pelo governo federal gerou respostas contraditórias, pois nem todos os estados consideram a unidade de pronto atendimento como prioritária. O fortalecimento da gestão estadual foi identificado como desafio para a implantação da rede de urgências. Em 2016 havia 134 UPAs construídas pelo governo federal sem funcionar.
Em 2018, o Michel Temer assinou uma alteração no Decreto nº 7.827/2012,. Com a medida, estados e municípios puderam utilizar a estrutura de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h), que estão prontas e sem funcionar, para outra finalidade na área da saúde, sem precisar devolver recursos federais.
*ostresguardioes
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