O Brasil está em pleno verão. A temperatura política, também, esquentou. A sucessão do deputado Rodrigo Maia, na presidência da Câmara dos Deputados, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, assanharam o início do ano político. A vacina é a outra pauta inflamável, nesses tempos de elevação do tom político.
Na sua “live” Conversa com Internautas, o presidente Bolsonaro disse que está “bem com os dois presidentes e deve ampliar a relação”. Ele deu pistas claras de que está patrocinando candidaturas à sucessão dos presidentes das casas legislativas. Maia não trata qualquer assunto com o presidente, faz tempo. Alcolumbre é, na verdade, um aliado próximo do presidente. A versão de Bolsonaro é meia verdade, mas sintonizada com seus internautas, para quem ele realmente fala.
O show ou espetáculo, para a opinião pública, protagonizados por Arthur Lira (PP), candidato de Bolsonaro, e Baleia Rossi (MDB), bancado pela oposição, fazem parte do processo. Velhas raposas, políticos experientes, deputados federais que sabem do desfecho. A máquina pública é um caixa ilimitado, quando se fazem apostas e investimentos para vencer eleição no Congresso Nacional. Só o povo na rua ou atuação popular na internet poderiam definir tendências. Sem rua, os parlamentares estão livres para negociatas ou não. São R$ 15 bilhões em emendas. Muito dinheiro. É só liberar, pois o dinheiro está no caixa, garantido.
Bolsonaro está preocupado. Sabe que a oposição lhe entrega de bandeja a possibilidade de colocar Arthur Lira na presidência da Câmara. Depois, isso pode virar uma casca de banana. Vem a temporada de desgaste, pressão para o impeachment e denúncias de corrupção. Tempos difíceis aguardam um provável mandato de Lira no comando da Casa.
O impeachment só pode ser aberto se o processo for autorizado pelo presidente da Câmara. O Senado julga. Bolsonaro está brigando para conseguir a capa de proteção. Por isso, investe, mesmo com riscos, na eleição dos chefes das duas casas.
Como raposas, Lula, Ciro e Dória estão prontos para destruir o terreiro de Bolsonaro. Esperam apenas o erro tático do presidente. Ele prometeu banir o centrão dos arredores da Esplanada dos Ministérios e, contrariando o discurso, abriu sua porta para a parte podre deste mesmo centrão entrar. Fica difícil sair bem desse desgaste.
A sucessão presidencial é a campanha mais esperada dos últimos anos. A esquerda, que esteve no poder há pouco tempo, já viu lhe fugir a Presidência, com Fernando Collor e Bolsonaro. Não pretende repetir erros. A direita vai tentar se manter, talvez, fazendo outras apostas. Afinal, Huck e Dória são crias de núcleos conservadores.
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