Assim é se lhe parece. O presidente Jair Bolsonaro, depois de dois anos sem partido, finalmente tem um para concorrer a reeleição. E embora sua popularidade esteja em queda, é dono da caneta mais carregada de tinta do país e de uma montanha de dinheiro capaz de empurrá-lo outra vez rampa acima do Palácio do Planalto.
Em cerimônia fechada à imprensa e à circulação dos seus próprios devotos, o presidente Jair Bolsonaro filiou-se ao PL de Valdemar Costa Neto, ex-deputado condenado por corrupção, um dos personagens do escândalo do mensalão do PT. Nascido e criado no Centrão, a quem dizia abominar, ao Centrão Bolsonaro retorna.
Em 2018, quando lançado candidato a presidente da República pelo PSL em barulhenta convenção, Bolsonaro contou com a companhia do general Augusto Heleno, hoje ministro do Gabinete de Segurança Institucional. O general faltou ao ato de filiação ao PL que reuniu mais de 15 ministros.
Na verdade, foi aconselhado a não comparecer. Afinal, ele protagonizou a cena que marcou a convenção para sempre ao cantar com voz desafinada a paródia de um samba que dizia: “Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão”. Na letra original, era: “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”.
Heleno justificou-se um ano mais tarde: “Sobre o Centrão, aquela brincadeira que eu fiz, foi numa convenção do PSL na época da campanha eleitoral. Naquela época, existia à disposição na mídia várias críticas ao Centrão. Não quer dizer que hoje exista Centrão”. Não mesmo general? Tem certeza?
(Blog do Noblat)
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