24 fevereiro 2017

Padilha fica insustentável na Casa Civil após delação de Yunes

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Uma nova crise política bem dentro do Palácio do Planalto deverá resultar na saída de Eliseu Padilha da Casa Civil.

Ex-assessor especial da Presidência e amigo de Michel Temer, o advogado José Yunes disse à Procuradoria Geral da República que Padilha pediu em 2014 que ele recebesse um pacote de documentos no seu escritório em São Paulo. Tal pacote foi entregue pelo doleiro Lúcio Funaro, suspeito de distribuir propinas a políticos do PMDB. Preso pela Operação Lava Jato, Funaro é um operador ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

A versão de José Yunes preserva o presidente da República em relação à delação de Melo Filho. Ao mesmo tempo, torna insustentável politicamente a permanência de Padilha no comando da Casa Civil.


O relato de Yunes descreve a ida do doleiro Lúcio Funaro ao escritório como uma operação de Padilha. Nesse pacote de documentos, haveria dinheiro segundo a delação de Melo Filho e também de acordo com insinuações que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha fez em questionários nos quais ele arrolou Temer como testemunha.

Ou seja, de acordo com Yunes, a entrega dos tais documentos suspeitos de serem propina não teria nada a ver com Temer, mas com um pedido de Padilha para que o escritório dele fosse usado para receber um doleiro que distribuía dinheiro de forma ilegal.

Apesar da licença para uma cirurgia, o ministro Padilha tem a obrigação de se manifestar detalhadamente. Yunes avisou Temer de que daria esse depoimento à Procuradoria Geral da República. Padilha precisa dizer se Yunes mentiu ou se falou a verdade.


Por Kennedy Alencar.

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