23 julho 2019

PF prende quatro hackers suspeitos de invadir celular de Moro

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Polícia Federal (PF) está atrás dos supostos responsáveis por hackear os celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, e do procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Esses seriam os aparelhos que teriam dado origem a publicação de conversas demonstrando uma possível interferência do ex-juiz na operação Lava Jato, o que contraria o código de processo penal. A operação de busca e apreensão ocorre em São Paulo e ainda não há confirmação dos nomes. Até o momento foram presos três homens e duas mulheres.

O ministro informou que teve o seu celular invadido no dia 4 de junho por um hacker que teria acessado o aplicativo Telegram do aparelho e trocado várias mensagens com os contatos do ex-juiz da Lava Jato. O ministro disse que pediu o cancelamento da linha e a troca de telefone.

A Polícia Federal informou, via nota emitida pela assessoria de imprensa da instituição, que foram cumpridas 11 ordens judiciais, sendo sete mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão temporária nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto.

O termo “spoofing”, que dá nome à operação, faz menção a um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável, quando a realidade é bem diferente.

Hackers da Lava Jato


Segundo a PF, os ataques a celulares de autoridades ligadas à operação Lava Jato começaram pelo celular do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em abril deste ano. A partir do Telegram instalado no aparelho dele, o invasor teria então chegado aos grupos de conversa com procuradores. Assim, o hacker conseguiu os números de celulares dos integrantes.

Depois, procuradores da Lava Jato no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro supostamente tiveram os smartphones invadidos. Todos os telefones de procuradores do Paraná teriam tido o aplicativo acessado, mas ainda não se sabe quais conversas foram copiadas.

O site The Intercept Brasil e jornais parceiros têm divulgado trechos de conversas dos procuradores no Telegram.

Confira a nota que a Polícia Federal divulgou:


A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (23/07), a Operação spoofing* com o objetivo de desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.

Foram cumpridas onze ordens judiciais, sendo sete Mandados de Busca e Apreensão e quatro Mandados de Prisão Temporária, nas cidades de São Paulo/SP, Araraquara/SP e Ribeirão Preto/SP.

As investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados.

*Metropole

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