Bolsonaro conversa com Carlos Slim Domit, presidente do Conselho de Administração do Grupo América Móvil — Foto: Carolina Antunes/Presidência da República
Os investimentos miram a melhoria na prestação de serviços de banda larga, 4G e 4,5G. Além disso, o grupo empresarial de Slim prevê novos aportes a partir da aprovação da compra da Nextel, que está sendo avaliada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O negócio soma R$ 3,5 bilhões.
José Félix, presidente da Claro Brasil, e que também estava presente na audiência com Bolsonaro, afirmou ao Valor que os aportes serão para expandir a infraestrutura, modernizar a rede móvel e ampliar a oferta de banda larga fixa.
Neste ano, os aportes da Claro no país deverão ficar um pouco acima de R$ 8 bilhões. “A América Móvil reafirmou o compromisso com o Brasil nesta reunião. Há alguns meses, estamos percebendo uma reação da economia e isso acontece desde a posse do novo governo”, afirmou Félix. “Levaremos a mais cidades a frequência de 700 MHz [megahertz] para o 4G, além de ampliar a tecnologia 4,5G”, disse Félix.
Slim afirmou ainda que pretende ampliar os investimentos no país assim que estiver disponível a rede 5G. O leilão para a nova tecnologia está previsto para o segundo semestre do ano que vem. A disputa envolve a chinesa Huawei e as europeias Nokia e Ericsson. O empresário garantiu que irá estabelecer parceria com as empresas que oferecerem o melhor serviço, independente do país de origem. "Trabalhamos com todos, temos muita boa relação, todos são muito bons provedores de equipamentos”, afirmou.
Também participou do encontro o diretor jurídico da Claro, Oscar Peterson.
Sobre o certame que será realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Félix reafirmou a opinião de Slim de que as regras para a disputa precisam ser claras e isonômicas para todos os participantes, sejam operadoras regionais ou grandes. “Será um investimento importante, mas não há como fazer estimativa de valores.”
Venda da Oi
Questionado se a América Móvil foi procurada por assessores da Oi para tratar da venda de ativos da operadora de telecomunicações que está em recuperação judicial, o presidente da Claro Brasil respondeu que não. “A Oi nunca se manifestou em relação à venda [de ativos].”
Na semana passada, Ángel Vilá, diretor de operações da Telefónica, controladora da Vivo, afirmou em evento realizado pelo Morgan Stanley em Barcelona que a empresa foi sondada por assessores.
Uma versão anterior desta reportagem afirmava que o valor de investimento da operadora América Móvil no Brasil era de R$ 11 bilhões anuais entre 2020 e 2022 . O texto atual corrige essa informação.
*Valor
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