A rede de atendimento odontológico abriu 64 novas clínicas em 2019. Para cada uma, contratou seis empregados com carteira assinada para a área administrativa. Laísa Gonçalves Anselmi, recepcionista, começou em novembro: faz o contato com os pacientes. O salário é de R$ 1.400.
“Eu consegui aqui um piso salarial para me manter e tenho a oportunidade de agregar mais valores ao meu salário de acordo com o que eu estou trabalhando”, contou.
O setor de serviços foi o que mais gerou novos empregos formais em 2019: 382 mil. Serviços médicos, odontológicos e veterinários contribuíram com 95 mil vagas. Só a área de comercialização e administração de imóveis gerou mais empregos: quase 190 mil.
No total, o Brasil ganhou 644 mil novos empregos formais em 2019, sendo 106 mil nas novas modalidades criadas pela reforma trabalhista: intermitentes ou de tempo parcial. Foi o segundo saldo positivo seguido e maior do que o de 2018, que totalizou 529 mil novos empregos.
“São os números melhores desde o ano de 2013. Então é algo para se comemorar, principalmente porque a economia vem numa rota progressiva de crescimento e de aceleração”, disse Bruno Dalcomo, secretário de Trabalho do Ministério da Economia.
Os números são bons, mas ainda tímidos”, diz o economista Sergio Firpo, professor de economia do Insper.
“A economia não tem crescido como a gente gostaria, tem crescido relativamente pouco e talvez vá crescer relativamente pouco nos próximos anos. A gente tem um problema estrutural de baixa produtividade. Não acredito que a economia brasileira consiga crescer as taxas que cresceu no passado, por enquanto”.
O comércio criou 145 mil novos postos de trabalho. Foi o segundo setor que mais empregou; 11 empregos foram criados, em dezembro, em um supermercado de bairro em São Paulo, que já tinha mais de 200 empregados, e não foi em função de algum aumento expressivo de vendas de fim de ano. Elas cresceram só 1% em relação a dezembro de 2018.
O que está exigindo mais pessoal na loja é uma mudança na natureza do negócio: as vendas on-line, por aplicativos, que criam novas funções e até aumentam o número de vagas nas que já existiam.
Para a entregadora pegar a encomenda, a separadora Larissa Esteves Martins precisa separar os produtos e montar o carrinho da compra. É o primeiro emprego dela.
“Na semana que eu completei 18 anos, vim aqui e entreguei currículo. Na mesma semana chamaram”, contou.
Um emprego puxa outro.
“A separadora vai precisar de cada setor. Por exemplo, ela vai na padaria, precisa ter um funcionário lá que vai entregar os produtos para ela. Ela vai no açougue, tem que ter mais açougueiro para entregar para ela, além de atender o movimento da loja”, explicou Shirlei Castanha, diretora do supermercado.
G1
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