O governador Camilo Santana construiu uma liderança própria, algo difícil, diante das adversidades que enfrenta, desde o 1º dia em que entrou no Palácio da Abolição.
Os primeiros momentos na residência oficial foram sem dormir noites tranquilas. O Brasil mergulhou no profunda recessão, desemprego e crise política, com o início do impeachment da presidente Dilma Roussef. Ela acabou cassada. Em seguida, veio o governo Temer, afundado em impopularidade e sem recursos para financiar projetos, não liberando aval para o governador captar recursos de bancos internacionais, o que só ocorreu, após a ação de deputados e senadores cearenses.
O governador enfrenta, agora, a discriminação do governo federal, cuja interlocução se torna difícil. Bolsonaro construiu um muro entre o seu governo e o Estado do Ceará. Os governadores foram obrigados a criar um consórcio para driblar a falta de verbas.
O governador Camilo Santana enfrentou, no início do ano, a maior greve da Polícia Militar. Camilo considera o movimento um motim violento, que danificou patrimônio público, incendiou ônibus e carros da polícia, destruiu quartéis e produziu mais de 300 mortes. Foi um momento grave, ficando a população desprotegida.
Agora, o governador enfrenta a pandemia de Covid 19, que teve início em março, matando centenas de cearenses e, até agora, levando pessoas às UTIs. O governador está sendo modelo no país no combate ao coronavírus, proibindo funcionamento de bares e eventos. Na campanha eleitoral, conseguiu, junto ao TRE, a proibição de comícios, aglomerações, carreatas e caminhadas.
A campanha eleitoral era a arma dos adversários para derrotar o governador, acusado por eles de promover a destruição da economia. Mas, a bala de prata do coronavírus estava com o governador Camilo Santana. As pesquisas mostraram que as medidas contra a pandemia lhe geraram prestígio e confiança da população.
Totalizados os votos no 1º turno da eleição municipal, Camilo saiu vitorioso em quase todos os municípios do Ceará, na maior performance eleitoral de um governante. Ele divide o êxito com seus grandes aliados, o senador Cid Gomes, o ex-ministro Ciro Gomes, o prefeito Roberto Cláudio, deputados, vereadores, lideranças e prefeitos. “Formamos um time, um grupo que trabalha para o bem, para melhorar a vida dos cearenses”, disse o governador, ao registrar a vitória nas urnas.
O cearense de Barbalha devolveu ao governador Camilo o controle político da sua terra. O município reconheceu os méritos do governador, que não fez campanha presencial na sua base política.
No próximo domingo, 29, segundo as pesquisas, o governador poderá obter a mais retumbante das vitórias. A batalha contra o Capitão Wagner, se for vencida, terá um excepcional sabor de revanche. Para o governador, a derrota de Wagner será a de um projeto que nasceu com um motim, liderado por milicianos, sepultando-se a perspectiva de sua evolução.
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