03 fevereiro 2021

Congresso Nacional oferece oportunidade a Bolsonaro para aprovar projetos e promessas de campanha


A eleição de Arthur Lira (PP), líder do chamado “Centrão”, para presidir a Câmara dos Deputados, não simboliza apenas a chegada da direita ao comando da Casa que representa o povo brasileiro. Tem o sabor de vitória que vai além da política. Bolsonaro vai poder dormir, sem o fantasma do impeachment rondando seu mandato. Na outra ponta, ele vai ser testado. O presidente tem uma pauta de projetos que são promessas de campanha. Reformas administrativa e tributária e as privatizações. A expectativa é acelerar votações.  Com a mão firme de Lira, Bolsonaro poderá aprovar pautas que, até hoje, não passam de promessas. 

Os empresários liberais, que estão bancando eleições de parlamentares, acreditam que o presidente tem uma oportunidade única para aprovar projetos reformistas. Lira e Rodrigo Pacheco, no Senado, se afinam com o empresariado, Bolsonaro e o pensamento da direita. 

O ministro Paulo Guedes vibrou com o resultado positivo da eleição dos dois. Saiu do cofre do Ministério da Economia cerca de R$ 3 bilhões que irrigaram o Congesso Nacional, satisfazendo a fome dos deputados e senadores por verbas públicas. 

O governo Bolsonaro precisa ficar atento aos movimentos da oposição. A entrega do poder legislativo a governistas pode ser parte de uma estratégia de construção de alvos prioritários. Projetos polêmicos podem alimentar revoltas, povo nas ruas e desgaste. Pode ter sido uma armadilha colocar o deputado Arthur Lira na presidência da Câmara. 

Nos bastidores da eleição do Congresso, são muitas as versões sobre favorecimentos. O preço a ser pago pelo poder, por conta dos acordos, é altíssimo. Não se fala apenas em recursos, mas em proteção a criminosos do colarinho branco, que seriam protegidos pela Mesa Diretora. 

O senhor Jair Bolsonaro pode ter aberto o caminho para seu projeto pessoal e determinado de disputar a reeleição. Tem os poderes executivo e legislativo ao seu dispor. Pode aprovar pautas populistas. Também, doidas. 

O caminho está aberto para o presidente construir um caminho para seu governo, que, até agora, nada produziu. Tem sido apenas um poder para exercitar polêmicas, negacionismo e retóricas. O povo brasileiro precisa de um governo com metas, planos e projetos para sobreviver. Hoje, o projeto liberal instalado no Brasil revelou apenas uma direita valente, lideranças que vestem verde e amarelo e um completo descontrole dos preços. Se Bolsonaro reclamava que o Congresso não lhe deixava governar, ganhou um grande chance. 

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