Nos Emirados Árabes para reuniões com investidores interessados em uma série de parcerias, incluindo a privatização do autódromo de Interlagos, Doria se refere aos 36% dos paulistanos para os quais suas intervenções vestindo-se com um uniforme de gari beneficiaram mais o prefeito do que a cidade.
São 30% os que acham que a medida favorece a ambos."Isso representa humildade e capacidade de você ter o sentimento de igualdade."
Os dados fazem parte de pesquisa Datafolha publicada neste domingo. Segundo o levantamento, 44% dos paulistanos acham que a gestão do tucano, eleito no primeiro turno, é boa ou ótima.
Após desembarcar segurando um livro sobre o papa Francisco, Doria disse que a avaliação não surpreende. "Tenho ido às ruas, percebo isso com clareza."
O que causa estranheza a Doria é a "constante crítica da imprensa". "Espero que a Folha dê isso também. Não pode o jornal e os jornalistas pensarem que o mundo é ruim, que as pessoas são ruins. Há coisas boas também", disse.
A reportagem lembrou a Doria que o papel da imprensa é fiscalizar o poder público.
A pesquisa Datafolha foi feita com 1.092 pessoas com 16 anos ou mais, nos dias 8 e 9 de fevereiro na cidade de São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos
DIÁLOGO
Doria afirmou também que o diálogo travado com grafiteiros tem progredido e permitido separar esses "artistas urbanos" dos pichadores, declarados inimigos de sua gestão. Segundo a pesquisa, 85% dos paulistanos são favoráveis a grafites em muros e fachadas, e 97%, contrários às pichações.
O prefeito disse que desde o início da gestão tem buscado separar as categorias e nega ter sido influenciado pelo debate público causado pela eliminação de painéis.
"Essas são figuras distintas, ainda que tenham a mesma origem. A maior parte dos grafiteiros já foi um pichador. Escolheram o bom caminho: viraram artistas."
Nesta semana, Doria irá se reunir com fundos de investimentos, incluindo uma passagem pelo Qatar, para um programa de 55 privatizações, PPPs e parcerias. "É o mais rigoroso programa de privatização municipal já realizado no Brasil", afirmou.
O Anhembi e o autódromo de Interlagos serão privatizados. Os demais 53 lotes serão administrados em PPPs e parcerias, disse.
Doria espera convencer a região do Golfo, em um período de retração de investimentos. "É o maior mercado da América Latina. Isso é motivador para os fundos", disse.
A motivação será necessária para alguns deles, como o Mubadala, com quem Doria se reúne nesta segunda (13).
O fundo havia investido em 2012 na holding de Eike Batista, cujo império mais tarde entrou em colapso.
Outro empecilho é o preço do petróleo, que alimenta esses fundos, e é hoje vendido a preços historicamente baixos.
CONVITES
A viagem a Dubai foi custeada pelo World Government Summit, um encontro internacional dedicado à gestão pública. Ele fará uma apresentação na terça (14).
Christine Lagarde, chefe do FMI, foi uma das convidadas à abertura neste domingo.
A prefeitura diz que não terá nenhum custo com essa viagem. "Vamos aproveitar a oportunidade e fazer uma viagem dois em um, da maneira mais objetiva o possível."
A viagem a Doha foi paga pelo governo do Qatar.
Doria diz não haver conflito de interesse por ter aceitado esses convites.
Fonte: Folha de S. Paulo.
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