O deputado Zezinho Albuquerque (PDT) ressaltou para o público que o assunto demanda uma luta árdua, que nenhum empecilho pode desanimar. “Era um tabu falar de drogas”, lamentou o presidente da AL ao comentar as relações dos jovens com as famílias, que nem sempre estão preparadas para lidar com o problema. Segundo o deputado, um dos objetivos do projeto, lançado em 2014, é reduzir os índices de violência no Estado, que, em muitos casos, tem na droga um fator preponderante.
Zezinho Albuquerque alertou ainda para o perigo da curiosidade de experimentar drogas, uma vez que, lembrou ele, a dependência química é uma doença séria. O presidente da AL ressaltou que aqueles que quiserem ajuda devem procurar a rede de atendimento. O evento contou com a presença do deputado Bruno Pedrosa (PP), da titular da Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas (SPD), Aline Bezerra, assim como gestores e vereadores do município visitado.
“O único lugar em que vejo esse trabalho de conscientização das drogas ser efetivo é aqui no Ceará, com esse projeto Ceará sem Drogas. Acredito muito nesse projeto”, elogiou Casagrande, convidado e parceiro em todas as edições.
A prefeita de Ocara, Amália Pereira, agradeceu a oportunidade de fazer parte da campanha e afirmou que, atualmente, todos os gestores se preocupam com a questão. “Não vamos desistir dos nossos filhos, temos que lutar por eles”, conclamou os professores, jovens e familiares presentes.
A campanha Ceará sem Drogas chegou ao município de Ocara para dialogar a partir de uma demanda que vem se intensificando e mobilizando diferentes áreas da cidade: a presença das drogas na vida dos jovens e todas as consequências decorrentes do uso e abuso dessas substâncias.
“Essa campanha veio como uma luva, num momento propício para o nosso município. Somos uma cidade pequena, mas onde a droga já está presente”, afirmou a diretora da EEF Maria de Lourdes Cosme, Edna Cosme. Segundo ela, a partir de casos ocorridos no ambiente escolar, já foi iniciado um trabalho com conversas e visitas às famílias. “Acredito que, a partir desse pontapé, virão outros projetos que trabalhem esse tema que desestabiliza tantas famílias”, complementou a diretora da escola localizada na zona rural daquela cidade.
Segundo Paulo Freitas, secretário de Educação de Ocara, existe uma grande necessidade de debater o assunto, especialmente nos ambientes em que os jovens estão mais envolvidos, como a escola. “Aqui começa um trabalho de conscientização que esperamos que seja continuado”, apontou. Ele afirmou que a ideia é que haja uma abordagem multidisciplinar entre as secretarias do município, envolvendo estudantes, funcionários e, especialmente, as famílias.
A tarde sem aulas para as escolas municipais, estaduais e particulares convidadas para o evento teve um motivo especial: discutir um assunto que está presente no cotidiano, mas não tem muitos espaços de discussão, opinou Rafaela, estudante do 1° ano na escola que recebeu o projeto.
As colegas de sala Rafaela, 15, e Linda Inês Martins, 19, comentam que conhecem várias histórias de jovens que se envolveram com drogas e tiveram muitos problemas. "A falta de informação é o que faz com que muitos se metam com drogas", opinou Rafaela. Para ela, poderia haver um espaço fixo para conversar sobre o problema, tanto para a prevenção como para saber as saídas possíveis de recuperação. Empolgada com a presença de Casagrande no evento, ela comentou que "ele é um exemplo de superação, porque pode mostrar como ele conseguiu ficar bem, depois de tudo o que passou”.
O ex-atleta partilhou com o público as experiências que teve como dependente químico, desde o consumo, os problemas em decorrência do uso e a forma como vem conseguindo superar a doença. Os jovens de Ocara fizeram diversas perguntas ao comentarista esportivo, questionando a relação com o esporte, a fama, as drogas que ele usou, os surtos, acidentes, trabalho e relações pessoais.
Segundo ele, a droga cria uma ilusão e, por isso, é tão perigosa para todos e, especialmente, para os jovens. “O apoio da família é essencial para a recuperação da pessoa. Nos primeiros quatro meses de tratamento eu queria ir embora todo dia, achava que não precisava. Demora para o dependente aceitar que precisa”, explicou. “A droga inverte seus valores, e leva tempo para isso ser retomado”, reiterou para os jovens, que, atentos, ouviam e participavam do evento que dialogava com as dúvidas e questões vividas na rotina de todos.
Para dar continuidade aos trabalhos, os integrantes da comissão chegam à cidade de Russas nesta sexta-feira (18/08), com encontro marcado para a quadra da Unidade Educacional Coração Imaculado de Maria (Unecim), na travessa 25 de agosto. O evento acontece a partir das 9h30.
Via Sobral de Prima.
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