21 julho 2018

PDT confirma Ciro Gomes para disputa da Presidência; candidato diz que não é 'anjo' e que vai atacar 'privilégios'


PDT oficializa candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República

Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República, discursa durante convenção do partido em Brasília. (Foto: Alessandra Modzeleski/G1)
Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República, discursa durante convenção do partido em Brasília. (Foto: Alessandra Modzeleski/G1)

O PDT confirmou em convenção nacional nesta sexta-feira (20) em Brasília a escolha de Ciro Gomes, 60 anos, como candidato à Presidência da República. O ex-ministro e ex-governador do Ceará foi escolhido por aclamação pelos filiados que participaram do evento. Ele disputará a Presidência pela terceira vez – em 1998 e 2002 concorreu pelo PPS, mas não chegou ao segundo turno.

Abordado por jornalistas ao chegar à sede do PDT, o candidato disse que fala "10 horas por dia" e que "evidentemente" pode errar "aqui e ali". "Nunca tive pretensão de ser um anjo", afirmou.

Todos os candidatos oficializados a presidente da República

No primeiro discurso como candidato, Ciro Gomes afirmou que ninguém é "dono da verdade" e defendeu acabar com “a cultura de ódio” que, segundo ele, vigora no país. “Acabar com essa ideia de brasileiro contra brasileiro se ferindo pela internet”, afirmou.


Sem citar exemplos, ele afirmou que, se eleito, vai "perseguir" e "encerrar" cada privilégio. "Vou olhar com uma lupa cada conta, cada privilégio. Comigo, privilégio vai ser perseguido e encerrado, seja de quem for", declarou. "Cada privilégio será trazido à denúncia pública", disse. Segundo ele, a corrupção é um “câncer que rouba a crença do povo na política”.


Na parte do discurso em que abordou temas econômicos, disse que, a pretexto de austeridade fiscal, “essa gente quebrou o país”, sem especificar a quem estava se referindo. “O Brasil nunca esteve tão fragilizado nas contas públicas”, declarou.


Ele defendeu um novo “projeto nacional de desenvolvimento” com apoio à indústria e ao comércio nacionais, que, na avaliação dele, estão “sofrendo”.


“O Brasil é o país que mais destrói as próprias indústrias no capitalismo mundial”, acrescentou.




Propostas

Entre as propostas que apresentou durante o discurso, o candidato do PDT manifestou intenção de:
  • Gerar empregos. Para ele, a “primeira e mais urgente tarefa”;
  • Aumentar a presença do governo na segurança pública;
  • Reduzir a espera no atendimento na saúde, para a realização de exames;
  • Investimento maciço em educação;
  • Creches em tempo integral, melhoria na qualidade do ensino fundamental;
  • Prosseguir e aperfeiçoar a politica de cotas;
  • Combater “com dureza e intransigência” a corrupção.
“[Precisamos] acabar com a vergonha da extrema pobreza, avançar na educação e em uma saúde que atenda a mínima dignidade do povo, apostar na diversidade, e investir na ciência e na tecnologia”, disse o pedetista, enumerando as prioridades caso se torne presidente do país.


Trajetória política

A eleição presidencial de 2018 será a terceira tentativa de Ciro Gomes de chegar ao Palácio do Planalto. Ele concorreu nas eleições de 1998 e de 2002 pelo PPS, mas em nenhuma das duas disputas chegou ao segundo turno.
Ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Fortaleza, Ciro Gomes já foi deputado federal e está no sétimo partido desde que entrou para a política – também foi filiado a PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS).
Atual vice-presidente do PDT, foi ministro da Fazenda entre setembro de 1994 e janeiro de 1995, período final do governo Itamar Franco e início do governo Fernando Henrique Cardoso.
Advogado, Ciro também foi ministro da Integração Nacional, entre janeiro de 2003 e março de 2006, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
CIRO GOMES

G1

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