SÃO PAULO - Após um maio positivo para o Ibovespa, que registrou a primeira alta para o mês em 10 anos, o índice inaugura junho com ganhos em meio às perspectivas positivas para a reforma da Previdência.
Entre os destaques de ações, a Petrobras (PETR3 -2,15%;PETR4 -2,29%) sobe mais de 1% com a virada do petróleo, a estatal podendo fechar acordo com Cade para venda de refinarias e a fala de Jair Bolsonaro sobre não interferência na estatal. Já a Vale avança apesar da sessão de queda do minério de ferro; o Itaú BBA elevou o preço-alvo dos papéis VALE3 de R$ 58 para R$ 63.
Confira esses e outros destaques da B3 na sessão:
Petrobras (PETR3 -2,15%;PETR4 -2,29%)
A Petrobras e o Conselho Administrativo de Defesa da Econômica (Cade) devem assinar este mês um acordo para que a estatal venda 50% de suas refinarias, após quase um ano de negociações, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Segundo a publicação, para que não sejam criados monopólios privados, o Cade exigirá que a Petrobras não passe as refinanrias localizadas numa mesma região para as mão do mesmo grupo privado. A intenção é elevar a concorrência para tentar reduzir os preços.
A Petrobras informou na noite desta sexta-feira que reduziu o preço médio dos combustíveis nas suas refinarias a partir de sábado. O valor médio do litro do diesel vai ficar 6% menor e passará a ser vendido a R$ 2,1664. O preço da gasolina vai cair 7,16%, para R$ 1,8144. A última alteração no preço médio da gasolina foi feita na semana passada, quando a Petrobras reduziu o valor do combustível em 4,4%. O diesel não sofria mudanças desde 3 de maio.
No final de semana, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar que não vai interferir nas decisões da Petrobras sobre o preço de combustíveis. "A gente não vai interferir na Petrobras, eu não tenho como interferir. A minha interferência é demitindo ou não o presidente e seus diretores. Para que fazer isso aí? Eu confio no Castello Branco, indicado pelo Paulo Guedes, uma pessoa que está sendo 'dez' lá, no nosso entendimento", afirmou Bolsonaro.
Para o presidente da República, a estatal levou em consideração "questões técnicas" para tomar a decisão de diminuir os preços. Ele afirmou que não conversou com Castello Branco antes da decisão, como havia feito em fevereiro - quando a interferência segurou o reajuste do diesel decidido pela petrolífera e terminou prejudicando a empresa -, mas declarou que recebeu a notícia do próprio dirigente da Petrobras após a decisão.
Nesta manhã, a Petrobras informou que iniciou a etapa de divulgação das oportunidades (Teaser), referentes à cessão da totalidade de suas participações em dois conjuntos de concessões terrestres, incluindo as instalações compartilhadas de escoamento e tratamento de produção, denominados Polo Recôncavo e Polo Rio Ventura, ambos localizados na Bahia.
O Polo Recôncavo compreende 14 concessões terrestres: Aratu, Cambacica, Candeias, Cexis, Dom João, Dom João Mar, Guanambi, Ilha de Bimbarra, Mapele, Massui, Pariri, São Domingos, Socorro e Socorro Extensão, com produção total média, em 2018, de cerca de 2,8 mil bpd de óleo e 588 mil m3/dia de gás. O Polo Rio Ventura compreende oito concessões terrestres: Água Grande, Bonsucesso, Fazenda Alto das Pedras, Pedrinhas, Pojuca, Rio Pojuca, Tapiranga, Tapiranga Norte, com produção total média, em 2018, de cerca de 1,5 mil bpd de óleo e 43 mil m3/dia de gás.
A Petrobras é operadora com 100% de participação em tais concessões, com exceção de Cambacica e Guanambi (Polo Recôncavo), em que possui participação majoritária de 75% e 80%, respectivamente. Essas operações estão alinhadas à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando a geração de valor para os nossos acionistas.
BRF (BRFS3 -4,52%) e Marfrig (MRFG3 +0,74%)
O jornal Valor Econômico destaca que a fusão entre as empresas de alimentos BRF e Marfrig poderá ser a porta de saída do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O braço de participações do banco estatal investiu entre 2007 e 2012 quase R$ 3,6 bilhões na Marfrig, mas não conseguiu retornos positivos de seus aportes até hoje.
Segundo a Bloomberg, a operação é positiva para o crédito na avaliação da Fitch, enquanto a S&P alterou suas perspectivas para as empresas para observação positiva.
Ainda no noticiário do setor, segundo a Reuters, o Ministério da Agricultura relatou na sexta a ocorrência de caso atípico de vaca louca em Mato Grosso, de acordo com nota divulgada à imprensa, que diz também que a doença nessa forma ocorre de maneira espontânea e esporádica, e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados.
Apesar de ser um caso atípico, o ministério disse que “produtos derivados do animal foram identificados, localizados e apreendidos preventivamente, não havendo ingresso de nenhum produto na cadeia alimentar humana ou de ruminantes e portanto, não há risco para a população”.
Segundo as normas da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), disse o ministério, não haverá alteração da classificação de risco do Brasil para a doença, e o país continuará como de “risco insignificante, a melhor possível para a EEB”.
O Bradesco BBI ressalta que, em 2012, um caso de doença da vaca louca atípica no Brasil no estado do Paraná resultou na proibição de importações de carne bovina do Brasil, incluindo Coreia do Sul, China e Egito (o comércio foi posteriormente reaberto).
"Enquanto continuamos a monitorar quaisquer impactos potenciais deste caso de doença da vaca louca atípica, não esperamos nenhum impacto para a nossa cobertura de ações do setor, já que o Ministério da Agricultura informou que já comunicou os importadores de carne bovina do caso no Brasil e não houve quaisquer reações negativas", destaca a equipe de análise.
IRB (IRBR3 -2,32%)
A Folha destaca que o governo prevê levantar R$ 3,7 bilhões com a venda de ações ordinárias da resseguradora IRB, que foi incluída no programa de desestatização do governo Bolsonaro. A União incluiu no programa suas 36,4 milhões de ações, equivalentes a 11,7% do capital total da companhia. A venda, entretanto, vai depender das condições de mercado e dos estudos no âmbito do BNDES, responsável pela execução e acompanhamento da alienação dos papéis.
Light (LIGT3 +3,5%)
A elétrica Light considera a possibilidade de realização de uma oferta pública primária de ações, com esforços restritos de distribuição, no Brasil e no exterior. Segundo a empresa, a oferta poderá contar ainda com uma parcela secundária de acionistas da companhia. Os recursos captados com eventual oferta serão destinados principalmente à redução do endividamento.
Vale (VALE3 -2,02%)
Outro assunto que segue no radar nos investidores é a possibilidade de desmoronamento da mina da Vale. A movimentação do talude da mina de Gongo Soco da mineradora Vale, em Barão de Cocais, na região central de Minas Gerais, subiu para 42,4 centímetros por dia no domingo, segundo boletim da Agência Nacional de Mineração (ANM). No sábado, o levantamento da ANM apontava que, por volta das 7 horas, a velocidade de deslocamento era de 33,4 centímetros por dia.
Na sexta-feira, a mineradora informou que uma parte do talude norte da cava se desprendeu durante a madrugada, mas sem que houvesse indícios de que o ocorrido tivesse causado danos à estrutura da barragem.
Já o Itaú BBA atualizou o modelo de precificação para a empresa, levando em consideração: i) o aumento da visibilidade tanto no desempenho operacional da empresa em 2019 quanto no potencial impacto financeiro do rompimento da barragem de Brumadinho; (ii) maiores preços de minério de ferro e pelotas; e iii) aumento do custo caixa.
Com isso, elevaram o preço-alvo para os American Depositary Receipts (ADRs, ou recibo de ações) de US$ 15,50 para US$ 19, ou de R$ 58 para R$ 63 para os ativos VALE3, mantendo a mineradora como a top pick do banco no nosso universo de cobertura.
Sabesp (SBSP3 -0,02%)
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) fechou contrato para prestação de serviços com o município de São Bernardo do Campo. Segundo a empresa, a Sabesp presta desde 2003 o serviço, mas precisou fazer a readequação do contrato para atender a Lei Federal nº 11.445 de 2007.
Braskem (BRKM5 +4,06%)
A Braskem informou que o acordo de leniência com a Controladoria Geral da União (CGU) e a Advocacia Geral da União (AGU), que totalizou aproximadamente R$ 2,9 bilhões, a serem corrigidos pela Selic, trata dos mesmos fatos objeto do Acordo Global firmado em dezembro de 2016 com o Ministério Público Federal – MPF, o Department of Justice – DoJ, a Securities and Exchange Commission – SEC e a Procuradoria Geral da Suíça.
Deste valor, aproximadamente R$ 2,5 bilhões serão compensados com o valor que a companhia já havia se obrigado a pagar no âmbito do Acordo Global, resultando em um desembolso adicional aproximado de R$ 410 milhões a ser pago em duas parcelas nos anos de 2024 e 2025.
Incorporadoras
O jornal Valor Econômico informa que a Receita Federal publicou uma orientação a favor das construtoras e incorporadoras que sofrem com a judicialização em massa de pedidos de devolução de imóveis adquiridos por consumidores, os chamados distratos.
Segundo a publicação, as empresa que tiverem mais devoluções ou cancelamentos do que a receita de vendas numa determinado mês poderão fazer a dedução de imposto de renda e CSLL, na forma de lucro presumido, bem como do PIS e Cofins, no regime comulativo.
(Agência Estado e Bloomberg)
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