30 setembro 2020

Bolsonaro entra na campanha, em São Paulo, contra Lula, Dória e Ciro



O presidente Jair Bolsonaro entrou forte na campanha. Anunciou apoio ao candidato Celso Russomano, um candidato que sempre larga na frente e perde fôlego ao longo da campanha, ficando para trás no dia da votação. Russomano está na quinta disputa majoritária. O candidato de Bolsonaro lidera as pesquisas, com 29% das intenções de voto, seguido pelo prefeito Bruno Covas, com 20%, e os candidatos de esquerda, Guilherme Boulos, com 9%, e Márcio França, 8%. A ideia é assegurar a candidatura de Russomano no segundo turno.

A ordem da pesquisa coloca o candidato de Bolsonaro na liderança, o do governador Dória em segundo lugar e o candidato de Ciro Gomes divide a terceira posição com o do PROS.  O candidato de Lula amarga uma sexta posição. O cenário deve mudar muito, com a propaganda eleitoral e os gatos políticos, que surgirão nos próximos 40 dias, até 15 de novembro, data do primeiro turno da eleição.

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, havia declarado que Bolsonaro mentiu, ao afirmar que não entraria na campanha. "Ele é falso como uma nota de três Reais", pontuou Ciro. Dória e Lula foram na mesma linha, ao reconhecerem manobras do Palácio do Planalto para beneficiar Russomano.

E daí? A entrada do presidente põe fogo na campanha eleitoral . Será um julgamento do governo Bolsonaro em São Paulo, o mais poderoso e populoso estado brasileiro. Na eleição presidencial, Bolsonaro venceu Ciro e Lula, ajudando na eleição de Dória. Hoje, o presidente e o governador paulista são adversários.

O ex-presidente Lula, no atual cenário, prejudica os partidos de esquerda. As legendas saíram com candidaturas próprias, fugindo de uma aliança, e o futuro aponta para dificuldades de união em provável segundo turno. A esquerda pode ficar fora. Ciro está dentro da sua coerência. Segue em aliança entre PSB, Rede e PDT.

A eleição municipal vai antecipar o debate da sucessão presidencial. Bolsonaro, Ciro e Lula vão incendiar os palanques. Ladroagem, coronavírus e auxílio emergencial estarão na pauta.

Bolsonaro pretende influir diretamente na eleição em São Paulo, Santos e Manaus. Além desses municípios, ameaça gravar e até desembarcar em outras grandes cidades, caso a assessoria avalie que seus candidatos podem sair vitoriosos.

Os personagens da política apostam na radicalização do processo eleitoral nas grandes cidades. Bolsonaro descobriu um filão, orientado pelos deputados e senadores do Centrão: municiar a CGU para solicitar operações de combate à corrupção contra adversários. Wiltzel (RJ), Hélder Barbalho (PA) e Carlos Moisés (SC) estão no desgaste, acusados de desviar dinheiro destinado ao combate ao coronavírus. Bolsonaro pode ser inocente, mas sua imagem cresce enquanto oponentes afundam.

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