28 outubro 2020

A desobediência política na campanha eleitoral custa vidas


A campanha eleitoral no Brasil foi planejada para ser o contrário do que estamos presenciando nas ruas. A orientação da justiça eleitoral era conter a população, ao recomendar cuidados, como evitar aglomeração, utilizar máscaras, limitar número de carros e motos em carreatas e promover rodas de conversas e não comícios ou showmícios em paredões de som.

A pandemia parecia ter virado o inimigo número um a ser vencido. Agora, ir de cara limpa para as ruas, participar de grandes aglomerações sem máscaras, beira a insensatez e significa expor a própria vida, de forma desnecessária. É preciso refletir. O jovem e as pessoas de meia idade precisam saber que em casa tem gente idosa, aguardando seu retorno. Até quarentões estão se arriscando. A vida vai além de um comício. É justo alertar.

A culpa é dos candidatos a prefeito e vereador. Na intenção de mostrar carisma, popularidade e favoritismo, é preciso botar o povo na rua, como se fosse manada, animais em oferta ao coronavírus. O risco sanitário vai para a conta dos agentes públicos de saúde. 

No seu decreto semanal, após avaliar o movimento da população e os casos de Covid 19 registrados, o governador Camilo Santana, decidiu proibir eventos, que estavam promovendo aglomerações com público além do previsto em protocolos. O justo pagou pelo pecador. A nobreza de um chefe de Estado é ser isonômico. O governador foi.

A resposta da turma do ódio, dos gabinetes que promovem fake news, veio: inventaram um fechamento completo, o tal lockdowm, no Ceará. Um absurdo. Até onde vai a maldade, em troca de um comício ou o louco devaneio pelo lucro, por dinheiro? O governador tem sido paciente e generoso, ao atenuar situações. As imagens de eventos políticos com milhares de pessoas, bares lotados, sem respeitar distanciamento, praias e barracas abarrotadas, todos sem máscaras, seria o suficiente para medidas duras. O governador tenta, todos os dias, nas redes sociais, conscientizar a todos. Um gesto de quem tem boa vontade.

Quero encerrar a coluna pedindo orações para o Waldir Fernandes, a Clara Dias, o Jonathan Brilhante, o João Otoni, a Wanda, da Bela Vista, e o Josué de Sousa, que estão na UTI, com coronavírus. Ao mesmo tempo, desejo boa fisioterapia, tratamento dos órgãos comprometidos ao Carlos Silva, Kleber Cunha, Pinheiro Landim e Erivélton dos Santos, que deixaram a UTI. Abraçar as famílias do Emílio Braga, Casemiro Santiago e José de Souza, que partiram por causa da pandemia. Vale lembrar que estamos há poucos meses do início da vacinação. A vacina irá nos liberar, proteger famílias, garantir saúde e a retomada, com segurança.

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