O encontro, que já tinha sido anunciado pelo Vaticano às vésperas da viagem, ocorreu na nunciatura da capital irlandesa durante um momento de pausa na agenda do pontífice.
A reunião foi “com oito vítimas de abusos por parte do clero, de religiosos e institucionais”, informou o porta-voz do Vaticano, Greg Burke.
Em comunicado da Coalizão das Famílias, Mães e Filhos da Irlanda, duas pessoas deste grupo que participaram do encontro explicaram que Francisco condenou a corrupção e os acobertamentos e os qualificou de “caca”, e que o intérprete traduziu como “aquilo que se faz no banheiro” para usar um eufemismo.
Entre eles estiveram Marie Collins, que fez parte da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores criada pelo papa e que a deixou em protesto, por considerar que suas atividades estavam sendo obstaculizadas.
Outras vítimas presentes foram os reverendos Patrick McCafferty e Joe McDonald, Damian O’Farrel, Paul Jude Redmond, Clodagh Malone e Bernadette Fathy, enquanto outra vítima, abusada pelo sacerdote Tony Walsh, preferiu ficar no anonimato.
Clodagh Malone, que nasceu na Casa das Mães e Filhos de São Patrício em Dublin e foi adotada com dez semanas, “solicitou ao papa que declarasse clara e publicamente que as mães naturais que perderam seus bebês por adoção não tinham feito nada errado e pediu reconciliação e reunião para estas famílias que foram destroçadas pela Igreja Católica tanto na Irlanda como no resto do mundo”.
“O papa concordou em incluir a mensagem na sua missa amanhã”, garantiu na nota.
Redmond, nascido no Lar de Castlepollard e adotado aos 17 dias, pediu ao papa que diga às freiras que dirigiam estes lugares “que aceitem suas responsabilidades pelo horror que ocorreu durante gerações” e que paguem os custos das investigações. “O papa se desculpou com todos nós pelo que aconteceu nos lares”, afirmou Redmond na nota.
O papa também recebeu uma cópia do livro de Redmond, The Adoption Machine, que contém detalhes das milhares de mortes e horrores dos lares.
“O papa ficou realmente comovido ao informar-se dos 6 mil bebês que morreram e dos 3 mil bebês desaparecidos e dos testes com vacinas. Levou as mãos à cabeça em estado de choque”, asseguraram as vítimas.
(Agência Brasil com a EFE)
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