17 maio 2019

100 mil procuram emprego há mais de dois anos no Ceará


Com o ritmo ainda lento do crescimento econômica e as sucessivas revisões das previsões para este ano, a taxa de desemprego voltou a crescer. E com ela, o tempo de procura – 100 mil pessoas, 21,4% dos desempregados no Estado, já estão buscando uma vaga de trabalho há mais de dois anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maioria (48,6%) demora de um mês a um ano para se inserir no mercado.

"Isso faz com que muitas pessoas acabem simplesmente desistindo de conseguir uma recolocação, caindo no que chamamos de desalento", destaca Mardônio Costa, analista de mercado de trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT). No Ceará, 400 mil pessoas já se encontram nessa situação.

Diante disso, o mercado de trabalho deve demorar para reagir. Segundo especialistas, o nível de desemprego só deve voltar a patamares aceitáveis em quatro ou cinco anos. A sinalização é do presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef), Luiz Antônio Trotta Miranda. “E essa previsão ainda está condicionada à reação da economia. Se as previsões atuais não se cumprirem, isso pode demorar ainda mais”, ressalta Luiz.

No Ceará, a taxa de desocupação chegou a 11,4% no primeiro trimestre deste ano, alcançando 467 mil pessoas O presidente do Ibef explica que é natural o aumento do desemprego neste período com o desligamento dos temporários contratados nos últimos meses do ano.
“Mas essa queda foi realmente por um desaquecimento da economia. Esperava-se que o mercado fosse absorver uma parte da mão de obra temporária, o que não aconteceu”, pontua Luiz. Ele ainda acrescenta que a previsão inicial era de encerrar 2019 com a taxa de desocupação em 12% em todo o Brasil.

Setores

O comércio ainda é o setor que mais emprega no Estado. Entre janeiro e março, 768 mil pessoas trabalhavam neste segmento, com salários médios de R$1.281.A administração pública é o segundo setor que mais possui empregados: 606 mil. Neste caso, a média salarial sobe para R$2.723.
Mardônio ainda analisa a situação dos informais, que acabam buscando no emprego sem carteira assinada ou no negócios próprio sem CNPJ uma forma de sobreviver. Considerando trabalhadores do setor privado, domésticos e empreendedores, a informalidade no Ceará alcança 1,8 milhão de pessoas. “É cerca de 55% do total de pessoas que têm uma ocupação”, dispara.


Diário do Nordeste

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