O processo eleitoral obedece a uma dinâmica sugerida, por meio de leis e determinações da Justiça. A temporada de pedir votos na ruas e pelo rádio, TV e internet iniciou no dia 29 de setembro. Todas as regras favorecem os candidatos para que cheguem até o eleitor e, de forma apropriada, apresente propostas para um mandato eletivo. Em tempos de pandemia de coronavírus, é improvável não promover aglomerações. Resultado: a pandemia, que parecia controlada, está de volta. No Ceará, os relatos são preocupantes.
A luz amarela acendeu, quando promotores e juízes viram o drama de 142 candidatos a prefeito e vereador tendo que sair da campanha por conta do coronavírus. Uma candidata, em Santa Quitéria, morreu de Covid 19, uma semana após ser contaminada, numa caminhada. A Justiça demorou, mas atuou em alguns municípios, proibindo atividades de rua, que promovam aglomerações e fujam ao controle. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) poderia padronizar a etapa final da campanha. Vidas seriam poupadas e não teríamos doentes com sequelas.
Nas últimas horas, acompanhei vídeos dos candidatos Dr. Sarto, em Fortaleza; Patrícia Aguiar, em Tauá, e Antônio Almeida, em Acopiara, além de outros, comunicando que testaram positivo para coronavírus. Nominei os três, por serem de municípios distantes um do outro. Os relatos são graves. Lideranças como Ciro Gomes, que segue todos os protocolos, foram contaminadas. É preciso atentar para o risco do efeito manada. Não precisamos de tal situação, quando sabemos que a vacina está chegando.
O último boletim do Ministério da Saúde exibiu números preocupantes. São quase 160 mil mortos, cerca de cinco milhões e 300 mil contaminados. A subnotificação pode ser mais de 15 vezes maior do que os registros.
O governador Camilo Santana e o prefeito Roberto Cláudio, com seus mais de 70% de aprovação, podem intervir. Devem. As pesquisas mostraram que a população apoia medidas para conter o coronavírus. O radialista Carlos Silva, que participa de eventos políticos, mandou para um grupo de WhatsApp a seguinte mensagem: "Rezem por mim, pelo amor de Deus. Estou sendo levado para a UTI". Estava com os pulmões 80% comprometidos. O governador Camilo Santana saiu do Palácio da Abolição para entregar uma obra e voltou contaminado. O presidente do TRE, o correto desembargador Haroldo Máximo, está em casa, segue quarentena. Ele pode conter a onda da manada em tempo de eleição.
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