Popularizado principalmente durante o processo eleitoral de 2018, o termo “fake news” é conhecido por boa parte dos brasileiros, atravessando gerações. Mas, muito antes disso, o fenômeno já existia e em uma realidade cada vez mais digital, o jornalismo tradicional se reinventa para alcançar as pessoas e se diferenciar por meio da credibilidade.
Nos meses iniciais de pandemia, o mundo foi tomado pela incerteza acerca da Covid-19 e tanto instituições públicas quanto grandes jornais e portais de notícia tiveram que lidar com um fluxo intenso de notícias globais e locais. Soma-se a isso o fato de que aproximadamente 87% da população brasileira tem como principal forma de informação meios on-line, seja por sites, portais de notícias ou redes sociais (Digital News Report 2020), o que facilitou a disseminação de informações incorretas ou mentirosas nesse contexto.
Analisando os seis primeiros meses de pandemia, um estudo publicado na Organização Pan-Americana da Saúde concluiu que as notícias falsas divulgadas no Brasil nesse período se caracterizaram por conteúdos de posicionamento político e desinformação sobre o número de casos e óbitos e medidas de prevenção e de tratamento. A instituição ligada a Organização Mundial da Saúde também aponta que os principais veículos de divulgação foram o WhatsApp e o Facebook, com utilização de mensagens, imagens e vídeos, tendo maior alcance nas regiões Sudeste e Nordeste do país.
Após quase um ano de pandemia, quem consome notícias de veículos de comunicação tradicional viu nascer algumas inciativas direcionadas à esse cenário. O SBT News, lançado no segundo semestre de 2020 com o slogan “A sua fonte segura de informação”, tem sido bem avaliado pela emissora e pelo público, crescendo nas redes sociais e endossando o segundo lugar quanto à credibilidade para o leitor brasileiro (Digital News Report 2020).
O fortalecimento e divulgação das iniciativas de fact checking (checagem de fatos), sejam elas independentes ou de grandes veículos de informação, também tem se popularizado no país. Embora não tenham alcance tão amplo quanto as fake news, projetos como Lupa, Aos Fatos e Comprova são tidos como forma confiável de verificar o conteúdo de notícias compartilhadas.
Como grandes meios de circulação de notícias, as redes sociais não ficam atrás nas ações de enfrentamento à desinformação. O Twitter avisa, desde meados de 2020, usuários que estão prestes a compartilhar artigos sem ler. Seguindo a fórmula, o Facebook também implementou uma recomendação parecida em sua rede social e disponibilizou, no Whatsapp, um botão de lupa ao lado de mensagens encaminhadas com frequência, para que a pessoa possa verificar, no Google, o conteúdo recebido.
(Sanbacomm)
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