Nas últimas semanas, na presença do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, com lideranças de ambos os lados ou apenas entre os dois, Camilo e Eunício têm conversado, principalmente, sobre a destinação de recursos para melhorias de algumas áreas do Ceará, como Saúde, Educação, Segurança Pública ou Recursos Hídricos. No entanto, de acordo com alguns interlocutores, a discussão política também tem sido tratada.
O senador despachou, por exemplo, para a Comissão Econômica (CAE) R$ 220 milhões destinados à Prefeitura de Fortaleza, com objetivo de dar continuidade a obras como construção de policlínicas, Cucas e investimentos nas áreas sociais. A liberação pode ser feita até a próxima semana. A aproximação entre PMDB e PT não ocorre apenas no Ceará, é um fenômeno nacional, principalmente, entre peemedebistas mais próximos do ex-presidente Lula e que não acompanham a gestão Temer.
De acordo com Manoel Santana o PT tem posições diversas sobre o tema, onde alguns setores da legenda até apoiaram a eleição de Eunício Oliveira, em 2014. Outros criticam a postura do senador quando da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Do lado peemedebista, nomes atestam que nada tinham contra a figura do ex-presidente Lula, mas contra os empecilhos causados pela gestão Dilma Rousseff. "Camilo e Eunício foram aliados no passado, e o que desgastou essa aliança não tem nada a ver com os dois. Essa aproximação de agora demonstra interesse ao Estado do Ceará e pode ter, sim, um desdobramento em aliança política, o que seria um caminho natural", disse o parlamentar.
Danniel Oliveira (PMDB) afirmou que "o cardápio" principal das conversas tem sido a busca por recursos que beneficiem o Ceará. No entanto, ele destacou que a discussão sobre aproximação política não deixa de ser parte importante desse "cardápio". "As conversas acontecem pregando essa união porque sabe o beneficio que traz ao Ceará. Como temos que colocar o Estado em primeiro lugar, aliado ou não, o senador tem que continuar fazendo isso".
O peemedebista disse ainda que, num contexto geral, os dois estando lado a lado é algo que traz benefício para o Ceará. "Ninguém pode achar que a união de forças para ajudar o Estado não seja algo bom. Mas existem muitas contradições políticas do atual Governo que nós não abraçamos", disse. Audic Mota (PMDB) reafirmou que a aproximação é algo que é visto como positivo para o Ceará, desde que traga resultados para a população. "Ela deve ser clara, transparente, com pauta. Qualquer aproximação eleitoral deve ser consequência de uma conversa política entre as duas maiores autoridades do Estado".
Nada contra
Rachel Marques (PT) também salientou não encontrar qualquer restrição para essa aproximação, ressaltando ainda que é um momento de unir esforços em prol do Ceará. Segundo ela, isso terá maior relevância quando se apoiar o projeto de reeleição do governador Camilo Santana bem como com eventual candidatura do ex-presidente Lula a presidente da República. "Por enquanto, o PT não discutiu nada oficialmente. Só temos opiniões e não tenho nada contra essa aproximação, uma vez que o foco é esse". Já Elmano de Freitas ressaltou que o PT só realizou discussões quanto à campanha de Lula e de Camilo Santana. No entanto, ele destacou que o partido, atualmente, tem uma vaga no Senado Federal, assento de José Pimentel, sendo de interesse da agremiação se manter com esta vaga. "Minha posição pessoal é que o PT não deve abrir mão da vaga para o Senado".
Fonte: DN
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