O ex-presidente Lula está evitando grandes aglomerações na sua passagem, até agora considerada discreta pelo nordeste, que se encerra nesta semana. O ex-presidente já passou por Pernambuco, Piauí, Maranhão e Ceará. Tem ainda na agenda o Rio Grande do Norte e a Bahia. Lula conversa com as principais lideranças políticas e de movimentos sociais. Não promove caminhadas, mas em todos os lugares entra pela porta da frente.
Qual a estratégia? Lula está sentindo o termômetro político para um possível retorno político e uma provável candidatura presidencial. Lula está calmo, não agride adversários e seu discurso nas reuniões é propositivo. A jararaca parece estar guardando o bote para um próximo capítulo.
No nordeste brasileiro, Lula tem como adversário maior o ex-ministro Ciro Gomes, seu ex-aliado de todas as horas. Ciro acusa o que chama de “Lulapetismo” de ter arruinando a nação. Ciro não perdoa Lula. Os dois montaram um acordo em 2018 em que Ciro seria candidato a presidente e o PT indicaria o vice. Lula quebrou o acordo e traiu Ciro. Na sua passagem por Fortaleza, Lula esteve com Camilo e petistas, evitou Ciro e Cid. O resultado da passagem de Lula pelo Ceará foi liberar o partido para seguir alinhado com o PDT no Ceará. O adversário é Bolsonaro. Foi o inicialmente acordado. Ressalte- se a articulação do governador Camilo Santana, provável candidato ao Senado.
O ex-presidente Lula tem enfatizado nas suas entrevistas e pronunciamentos a importância de eleger “muitos parlamentares progressistas”. Segundo Lula, “as transformações só podem ser feitas com um congresso menos conservador”. Lula parece ter mais uma vez abraçado causas que são velhas defesas do PT, partido que obteve hegemonia no Congresso Nacional e não promoveu as reformas.
Lula contrapôs Bolsonaro, passou pelo nordeste sem promover manifestações de rua. Seus seguidores foram orientados a receber todas informações através de website onde todos os atos eram transmitidos de forma simultânea. Lula descobriu que ainda tem o povo, mas o PT está liquidado em várias praças, por erro estratégico e histórico do partido. A eleição de 2020 foi o pior momento para o PT.
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