Este ano foi marcado por uma onda de fake news disseminada por grupos de Whatsapp. Os temas variavam muito, desde política, economia, segurança e até arte. No entanto, os boatos mais nocivos giravam em torno da saúde, mais especificamente os efeitos colaterais da vacinação contra o sarampo; a maioria dos rumores dava conta de que a vacina usada na imunização causava efeitos colaterais graves, como paralisia e convulsões em crianças.
A disseminação da fake news teve tanto impacto que a adesão à imunização foi a menor em 16 anos, o que provocou 1.115 incidentes de sarampo até abril deste ano. A doença durante muito tempo foi considerada erradicada no Brasil. Para mapear os verdadeiros casos de efeitos adversos da vacinação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai disponibilizar, a partir do dia 10 de dezembro, o VigiMed, uma ferramenta online na qual os pacientes registram quaisquer reações a medicamentos e vacinas.
O VigiMed será uma espécie de plataforma de farmacovigilância. O usuário registra a queixa de maneira anônima e as notificações são enviadas para um banco de dados, que depois será enviado para a Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, somente tem acesso às informações quem cadastrou a notificação e as agências de vigilância sanitárias municipais e estaduais, além da Anvisa. As queixas cadastradas são analisadas conforme a gravidade do efeito colateral. Caso haja uma recorrência alta de algum fármaco, o caso é analisado e a agência pode solicitar a suspensão do lote, publicar alertas à população, restringir o uso, solicitar alteração na bula ou até mesmo cancelar o registro oficial para a comercialização do medicamento.
A ferramenta é uma adaptação do VigiFlow, usada pela OMS para monitorar riscos em fármacos e vacinações. Como a Anvisa já possui o Notivisa, a VigiMed será utilizada, por enquanto, somente para a notificação de efeitos colaterais de medicamentos e vacinas, para outros produtos regulados pela agência de vigilância o Notivisa ainda estará em vigor. A entidade tem a intenção de substituir aos poucos a plataforma antiga pela nova.
Quem desejar registrar uma notificação, deve cadastrar a queixa no site da Anvisa para ser redirecionado automaticamente para o VigiMed quando estiver disponível, no dia 10 de dezembro.
Fonte: pebmed
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