O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da rede pública do Governo do Ceará, é responsável por atender a demanda transfusional de pacientes em mais de 450 unidades de saúde no Estado. Com o programa Preserva Sangue, o Hemoce orienta os profissionais de saúde sobre técnicas de gerenciamento para uso racional do sangue.
De acordo com a diretora geral do Hemoce, Luciana Carlos, a iniciativa foi desenvolvida com base no programa internacional Gerenciamento de Sangue do Paciente (Patient Blood Management – PBM, em inglês). O programa é apoiado pela Organização Mundial da Saúde, que adota ações preventivas e de segurança para uma transfusão.
“O Hemoce foi um dos primeiros hemocentros do país a utilizar critérios e ações de acordo com o PBM. Foi a partir de então que, a pedido da Câmara Técnica de Hematologia Estadual, foi criado o programa estadual Preserva Sangue para que fossem desenvolvidas ações baseadas em conceitos internacionais para a realidade dos pacientes no nosso estado”, fala Luciana Carlos, diretora do Hemoce.
Além de fornecer sangue e hemocomponentes, o Hemoce tem o cuidado com o manuseio do sangue para garantir a segurança transfusional do paciente. As orientações são passadas aos profissionais de saúde através do programa educacional. O Preserva Sangue também oferece consultoria e orientação, durante 24 horas, sobre como transfundir o paciente. Um hematologista ou hemoterapeuta ficam disponíveis para avaliar casos específicos.
“Quando existe alguma prescrição inapropriada, como por exemplo, às vezes o Hemoce recebe uma solicitação de bolsa de sangue para um paciente que está com um nível baixo de hemoglobina, mas que dependendo da condição, é possível tratar de outras maneiras, o médico do Hemoce liga para o hospital que solicitou e conversa com o profissional sobre a situação do paciente porque nem sempre a transfusão é a opção mais adequada”, explica Denise Brunetta, hematologista plantonista do Hemoce.
Qualificação
O Preserva Sangue vem sendo implantado gradualmente nos hospitais para evitar o desperdício de sangue. Uma das ações é através da máquina de recuperação intra-operatória de sangue onde é possível que pacientes submetidos a cirurgias de grande porte recebam a autotransfusão.
A técnica acontece por meio de um equipamento que retira o sangue que seria perdido e recupera para ser transfundido no próprio paciente. Quatro hospitais da rede pública em Fortaleza já utilizam a técnica: Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart e Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e Instituto Dr. José Frota (IJF). No IJF, cerca de 250 pacientes já se beneficiariam com o recurso da recuperação de sangue.
“Já tivemos casos de como um paciente que sofreu um acidente de trânsito e teve um forte sangramento interno. Na cirurgia foi utilizada a máquina e com a técnica foi recuperado quase dois litros de sangue. Sem a máquina, seria necessário transfundir em torno de oito bolsas”, explica Luciana.
Para capacitar novos profissionais sobre o uso racional e manuseio do sangue, o Hemoce em parceria com a Escola de Saúde Pública do Ceará, oferece cursos para residentes de medicina. No início de janeiro, cerca de 80 de residentes com especialização em pediatria, participaram da primeira turma do curso que apresentou orientações e métodos baseados no programa internacional PBM.
A expectativa é oferecer o curso para todos os residentes do Ceará. A próxima turma do curso será divulgada ainda neste primeiro semestre do ano. “A gente precisa criar novos hábitos tanto para evitar a perda de sangue durante os procedimentos cirúrgicos como para prevenir o uso desnecessário de sangue, avaliando se a transfusão é a melhor alternativa para o paciente ou o que fazer para não deixar o paciente sangrar, prevenindo uma transfusão futura. O conjunto dessas medidas visa o cuidado com o paciente e aumenta a segurança transfusional quando houver necessidade”, ressalta Luciana.
O programa é apoiado pela Organização Mundial da Saúde, que adota ações preventivas e de segurança para uma transfusão, como destaca a a coordenadora do Laboratório de Imuno-hematologia do Hemoce, Denise Brunetta.
O Preserva Sangue também oferece consultoria e orientação, durante 24 horas, sobre como transfundir o paciente. Um hematologista ou hemoterapeuta ficam disponíveis para avaliar casos específicos, como destaca a doutora Denise Brunetta.
Denise Brunetta fala da importância do curso para a capacitação dos profissionais que trabalham com o sangue.
Fonte: Ceará.gov
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