Mensurar a repercussão da mensagem deixada pelo ídolo do futebol brasileiro não vai ser tão fácil, não obstante, a cada edição realizada ter sido percebido, nos 25 municípios visitados, um aumento da procura por informação e atendimento por meio do Centro de Referência sobre Drogas(CRD).
O CRD é o principal equipamento de acolhimento disponibilizado pelo Governo do Estado e, em quatro anos, realizou mais de oito mil atendimentos presenciais relacionados ao uso de álcool e outras drogas. Além do atendimento aos usuários, seus familiares são acolhidos e orientados sobre prevenção, tratamento e reinserção social e profissional. O atendimento é gratuito e sem necessidade de agendamento, incluindo, ainda, encaminhamentos à rede socioassistencial e de apoio, bem como a comunidades terapêuticas, além da oferta de orientações.
Em dias em que a campanha acontecia, o número de ligações para o Centro passava de 10 para 30, confirmando a abrangência da campanha do Poder Legislativo cearense. O equipamento funciona no bairro Jacarecanga, em Fortaleza. O CRD dispõe de telefone com ligação gratuita (0800 275 1475), e o atendimento acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Desde o lançamento do Ceará Sem Drogas, outras ações fortaleceram o trabalho de prevenção, como a criação do Fundo Estadual de Políticas sobre Álcool e Outras Drogas.
O Governo do Estado lançou, em 2016, quando da gestão da deputada Mirian Sobreira à frente da Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas (hoje incorporada à Secretaria da Saúde), em 20 cidades cearenses os programas Jogo e Elos, Tamojunto, Famílias Fortes e Juventude em Ação, inseridos no Sistema Integrado de Prevenção (SIP). O primeiro (Jogos e Elos) é destinado aos alunos do Ensino Fundamental I e II, na faixa etária de seis a 14 anos, de 60 escolas estaduais. Já o programa Famílias Fortes consiste em disseminar informações e outras ações em diferentes comunidades, por meio de 50 equipes de agentes comunitários. O programa Juventude em Ação tem foco nos estudantes do Ensino Médio.
Em meio à carreira de jogador de futebol, o então atleta foi apanhado por uso de substância proibida (doping), quando atuava no Futebol de Portugal, e mais tarde confessou em um programa de entrevistas ter sentido vergonha daquele momento.
Sempre que inicia a conversa com o público presente às edições do Ceará Sem Drogas, o comentarista relembrou sua história no esporte e como foi seu primeiro contato com as drogas. Ele lamenta o fato de, quando jovem, não ter sido alertado sobre os efeitos da droga na vida de uma pessoa.
“Tenho certeza que tudo teria sido diferente se tivéssemos mais informações naquela época. Há 10 anos estou sem usar nada, porque meus filhos resolveram me internar. É aí que entra a importância da família. Você tem que se perguntar: vale a pena experimentar sem saber se você vai virar dependente químico ou vai ter controle sobre isso? Se a pessoa souber o sofrimento que é a vida de um dependente químico, ela pensa duas vezes. Quando você entra para as drogas, aos poucos, você vai perdendo a família, os amigos e a identidade. Depois de quase dez anos, continuo me tratando. Porque a dependência química não tem cura”, disse Casagrande, que, segundo ele, a família teve um papel fundamental para encarar o tratamento da dependência. O atleta alertou os pais para que observem a mudança de comportamento dos filhos, que dão indícios do envolvimento com as drogas.
Hoje ele é o maior defensor do projeto idealizado pelo presidente Zezinho Albuquerque, e que se tornou de toda sociedade cearense: “O Ceará sem Drogas faz parte da minha história. Lutamos juntos nesse combate. Esse programa deveria ser levado para outras cidades do país”, completou.
(Blog do Edson Silva)
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