O presidente Jair Bolsonaro segue com sua popularidade derretendo junto à opinião pública. A pesquisa Datafolha divulgada no final do ano, mostra o presidente com 23% na preferência do eleitor, em sondagem estimulada, e 17% na espontânea. Se descer para 20% na estimulada, o presidente corre o risco de ficar fora do segundo turno da eleição de outubro. Bolsonaro tem Ciro e Moro no seu retrovisor. As próximas pesquisas devem mostrar o índice do “bolsonarismo de raiz”, eleitores fiéis ao presidente.
A pesquisa Datafolha trouxe um dado importante e positivo para o presidente e altamente animador para o presidenciável Ciro Gomes: a candidatura de Sérgio Moro ainda não decolou. O eleitor não se sentiu, até agora, estimulado pela presença do ex-juiz que comandou a Operação Lava Jato. Ele tem contra si milhões de famílias que viram seus parentes perder os empregos, com a falência ou quase quebradeira das maiores empresas do país, as quais enquanto juiz considerou criminosas. O ex-magistrado decretou a prisão dos seus donos e mandou bens para leilão.
O ano está começando, com desemprego, crise econômica e sem perspectiva de agendas políticas importantes, como a das reformas tributária e administrativa e das privatizações. Mais grave: não foi resolvido o escândalo do orçamento secreto, que, segundo o senador Cid Gomes, reservou cerca de R$ 17 bilhões para 2022, em uma parceria entre o presidente da Câmara,, Arthur Lira, e o presidente Bolsonaro. Será importante ao governo federal aplicar planos populares para salvar a imagem do presidente e colocá-lo em provável segundo turno.
A tática política de atrair todo o centrão para ocupar os mais importantes cargos nos gabinetes, ao lado da sala do presidente, foi uma manobra inteligente para manter o governo oxigenado e Bolsonaro vivo no tabuleiro da sua própria sucessão. Não se sabe, ainda, se o PL e o PP serão fiéis ao propósito do presidente de atuar com mão de ferro contra os que não lhe ofereçam apoio nos estados. O PRB, do vice-presidente Hamilton Mourão já desembarcou da candidatura de Bolsonaro à reeleição.
O presidente sabe ser popular. Para os marqueteiros ele é considerado um “bom produto”, embora mal embalado e com péssima entrega. Ou melhor: não se comunica de forma agradável e nega ao brasileiro o básico, como a vacina, a cesta básica e ajuda financeira em tempo de crise. Seus assessores estão correndo contra o tempo, para mediar ajustes de governo e salvar o que resta de popularidade.
Acostumado ao ambiente de crise, o centrão sempre diz presente para tentar salvar governos. Foi assim com os ex-presidentes Lula, Dilma e Temer. Agora, com Bolsonaro. O problema é a conta. Até o momento, custou caro à Nação, à imagem do País e ao seu futuro se aliar a bajuladores de governos, que adoram os cofres públicos. Bolsonaro e seus generais juraram acabar com o centrão. Hoje, é o número um do grupo e o seu eleitor aos poucos está desistindo de ter apostado em um presidente que abandonou as promessas feitas publicamente.
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