Com a chegada das festas de fim de ano, é preciso redobrar a atenção para não se tornar mais uma vítima de estelionatários. Há certos golpes que ocorrem o ano inteiro, mas se intensificam no mês de dezembro. Isso porque grande parte dos trabalhadores recebem o 13º salário e muitas empresas adiantam o salário do mês de janeiro para antes do Natal. Com esse benefício, as pessoas movimentam o comércio ao realizarem as compras de final de ano, momento propício para os golpistas entrarem em ação. No Ceará, de janeiro até novembro deste ano, a Polícia Civil já instaurou 1.016 inquéritos policiais para investigar crimes de estelionato.
De acordo com o delegado titular da DDF, Eduardo Tomé, nessa época do ano, as pessoas tendem a ficar mais relaxadas e não ficam tão atento aos protocolos de segurança. “O estelionatário se utiliza dessa falta de atenção do cidadão para induzi-lo ao erro e executar seu crime”, explica. Entre os principais golpes registrados nas delegacias, estão os “golpe do WhatsApp”, “ligações premiadas”, “bilhete premiado” e “golpe do cartão”.
Principais golpes
O golpe da clonagem do WhatsApp consiste em um contato do criminoso com a pretensa vítima via bate-papo. Geralmente, o criminoso envia um link para o aparelho celular da vítima, fingindo ser de um site de compras ou de uma instituição financeira e, ao clicar no link, a vítima tem seus dados clonados pelo estelionatário. Em pouco tempo, a vítima tem seu WhatsApp bloqueado e o estelionatário passa a usar o perfil da vítima. Dessa forma, ele entra em contato com a rede de relacionamentos registrada no aplicativo, fingindo ser a vítima e pedindo favores como empréstimos. Muitas pessoas, acreditando que estão falando com seu amigo, transferem o pagamento solicitado sem buscar outra forma de conferir a veracidade da mensagem.
Ao se deparar com tal situação, é indicado entrar em contato com o amigo por meio de uma ligação telefônica para confirmar se a solicitação procede e sempre ficar atento com o recebimento de links suspeitos. Outra forma de evitar o golpe é ativar a verificação em duas etapas, um mecanismo de segurança disponível no WhatsApp. Assim, qualquer tentativa de verificação de um número de telefone no aplicativo terá de ser acompanhada por um PIN (senha) de seis dígitos, criado pelo usuário. Para a Polícia, essa é a melhor forma de se prevenir contra o golpe.
Nas “ligações premiadas”, os criminosos usam o nome de um programa de televisão de grande audiência ou alguma rede varejista conhecida. Eles informam que a pessoa foi premiada, que ganhou um carro ou dinheiro, mas para que a pessoa possa resgatar o prêmio, ela precisa realizar um depósito em uma conta. Nenhuma empresa distribui prêmios dessa forma, mas muitas pessoas ainda caem nesse golpe. Para se proteger, o cidadão precisa tomar alguns cuidados, como obter informações sobre a premiação e, em hipótese alguma, depositar o dinheiro.
Já o golpe do “bilhete premiado” ganha força no final do ano, justamente numa época de muitos sorteios. Para simular um bilhete premiado, o estelionatário pega o número já sorteado da loteria e faz um jogo, obtendo comprovante, porém de um sorteio que ainda ocorrerá. Ele aborda uma pessoa na lotérica, diz que está com o bilhete premiado e, em seguida, pede um valor pelo bilhete.
No “golpe do cartão”, o golpista se dirige até o caixa eletrônico oferecendo ajuda – geralmente as vítimas são pessoas idosas ou com dificuldades no manuseio do terminal bancário – e, após observar a senha da vítima, troca o seu cartão bancário por um outro parecido sem a pessoa perceber. Depois, o criminoso volta ao banco e realiza operação utilizando o verdadeiro cartão da vítima.
Cuidados
De forma geral, o delegado da DDF, Eduardo Tomé alerta para que a população desconfie do que parece ser muito vantajoso e busque se certificar em sites de apoio ao consumidor sobre as empresas visadas. “Siga a regra dos três conselhos: Não acredite em propostas mirabolantes, não seja ganancioso ou ingênuo e fique atento sempre”, complementa Eduardo. A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) orienta a população no sentido de registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) caso tenha sido alvo de algum dos golpes.
* ceara.gov.br
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