Em 2017, o município de Senador Pompeu, localizado no Sertão Central,
produzia, em média, 19 mil litros de leite ao dia. Atualmente, após uma
série de ações de incentivo à formação e aprimoramento junto aos
profissionais da bovinocultura que atuam no Município, esse número
saltou para 96 mil litros diários, um incremento de 405% na produção,
no intervalo. A evolução, somada a melhorias de infraestrutura, garante
o surgimento de uma “nova classe média rural” no Município e no Sertão
Central como um todo.
Os dados foram repassados, com exclusividade, ao OPINIÃO CE pelo
prefeito de Senador Pompeu, Maurício Pinheiro, que destaca a
importância da formação técnica dos produtores por meio de programas
como o “Nosso Leite”, lançado em 2017, em parceria com o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a
Companhia Betânia de Leite. “É uma evolução. Nosso Sertão Central
tem vocação para a bovinocultura leiteira e conseguimos montar uma
infraestrutura que engloba os municípios e os produtores. Começamos
por Senador Pompeu e, hoje, está espalhada por toda a
região”, destaca o gestor municipal.
Atualmente, cerca de 40 produtores do Município estão inseridos no
Programa Nosso Leite, conseguindo gerar, individualmente, mais de
5,3 mil litros de leite ao mês. Entre 2017 e 2022, um total de
240 produtores foram beneficiados. “Fizemos um balanço do avanço
do Programa no Município. Estamos criando uma nova classe média
rural em Senador Pompeu”, comemorou Maurício Pinheiro após reunião
nesta segunda-feira, 27.
Segundo o analista técnico do Sebrae, Cleverson Carlos, cada um dos
produtores atendidos pelo ‘Nosso Leite’ na cidade tem, em média, um
lucro mensal de R$ 5,5 mil. “A gente realmente vem transformando a
vida dos produtores desse município. Hoje, nós temos uma média de
215 mil litros de leite ao mês, produzidos por 40 produtores. Dentro
dos levantamentos que nós temos feito, o nosso produtor hoje tem
uma margem de lucro de R$ 5.500. Então, é uma nova perspectiva
para os moradores de Senador Pompeu e isso, com certeza, traz
desenvolvimento econômico, traz progresso, traz a fixação do homem
no campo nessa cidade”, pontua o analista.
PRODUÇÃO DE LEITE
O Programa Nosso Leite oferece, entre outras coisas, consultoria em
gestão da propriedade rural, reprodução e sanidade do rebanho, além
de cursos de capacitação aos produtores beneficiados. A iniciativa
atende a região do Sertão Central, que concentra a maior bacia leiteira
do Estado.
Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceara
(Faec), o Ceará pode dobrar a produção de leite até 2027, passando
dos atuais um bilhão de litros produzidos ao ano para dois bilhões de
litros. Entre os gargalos a serem enfrentados, o presidente da Faec,
Amílcar Silveira, aponta que metade do leite consumido em Fortaleza
não é produzido no Ceará. O dado, segundo ele, aponta que o Estado
tem mercado para crescer. Na avaliação do prefeito Maurício Pinheiro,
a solução tem que ser pensada de forma conjunta.
“Não podemos aceitar que o leite produzido na Bahia, por exemplo,
chegue mais barato aqui no Ceará do que o leite produzido no Estado.
Parte desse consumo depende das empresas que abastecem e o
consumidor deve valorizar a produção da casa”, finaliza.
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