Ao confirmar a prorrogação do decreto de emergência por mais sete dias, nos quais a população seguirá em isolamento social e algumas empresas continuarão fechadas, o governador Camilo Santana prometeu para início da próxima semana a novos benefícios aos cearenses mais vulneráveis e às empresas que amargam prejuízos.
Diálogo com o Governo continua, diz empresário
O objetivo dessas medidas será de amenizar a crise econômica deflagrada em todo o Estado, como no mundo, pela contaminação das pessoas pelo novo coronavírus.
"Estou tomando a decisão mais correta para proteger a vida de nove milhões de cearenses. A partir de segunda-feira estarei anunciando outras medidas importantes para proteger a economia e as pessoas mais vulneráveis do Ceará", declarou Camilo em transmissão nas redes sociais no início da noite de ontem(28).
Antes de tomar a decisão, o governador contou que esteve reunido com comitê dos três poderes (Justiça, Legislativo e a Prefeitura de Fortaleza), além de representantes das áreas econômica, social e de saúde do Estado. Só após ouvir a todos, resolveu prorrogar o decreto.
"Sei que é importante a preocupação do setor produtivo com a economia e com o emprego - tem sido uma grande preocupação nossa também-, mas neste momento, o que deve prevalecer é proteção dos cearenses", reforçou, mencionando reunião que teve na sexta-feira (27), com a Federação das Indústria do Estado do Ceará (Fiec), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE) e com a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza.
Benefícios concedidos
O governador ainda ressaltou que "todas aquelas atividades que são essenciais à vida da população permanecem funcionando, desde a indústria até a comercialização", e ainda destacou os benefícios que já concedeu às empresas durante os dias de portas fechadas, como o a prorrogação de prazos e suspensão de procedimentos fiscais por 60 dias.
Mas voltou a afirmar que o foco do Governo são os mais pobres: "Estamos preocupados também com a economia. Estamos preocupados com o emprego e a sobrevivência das pessoas. É tanto que temos tomado decisões importantes, como a isenção do pagamento da conta de água e esgoto das famílias de água e esgoto no Ceará, da proibição de cortes nos próximos três meses também de energia".
O diálogo com a concessionária de energia do Estado, a Enel, também continuam, segundo Camilo. A ideia do governador é promover algo semelhante ao feito com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Mas uma definição ainda não foi acertada.
Na esteira dos benefícios às empresas, ainda no sábado, a Federação dos Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL) lançou carta defendendo que o Governo atendesse pedidos já feitos no início do período de isolamento social e reforçando outras demandas.
O debate com o setor produtivo tomou mais força no meio da semana quando, organizados, indústria, comércio e serviços endossaram ofícios ao governador pedindo medidas, segundo eles, mais efetivas. Como resposta, Camilo concedeu os benefícios citados na transmissão e incluiu Fiec, Fecomércio-CE e CDL no comitê de crise para enfrentar a pandemia no Estado.
Decisão técnica
O aumento dos casos de Covid-19 em países como o Reino Unido, Itália e Espanha também foram citados pelo governador ao tomar a decisão de prorrogar o decreto de estado de emergência por mais uma semana. Ao justificar a medida, ele afirmou que o isolamento social, no momento, é a principal estratégia para conter a contaminação pelo novo coronavírus no Ceará.
"As decisões precisam ser do ponto de vista científico, técnico, de especialistas que entendem dessa realidade".
Perdas e diálogo
Por fim, o governador deu seus pêsames à família da quarta vítima do coronavírus no Estado e provocou o Governo Federal, ao afirmar que "enquanto não houver uma liderança nacional, os estados continuarão tomando decisões para proteger a vida da população".
Em resposta ao setor produtivo, Camilo assumiu que acontecerão perdas e se dispôs a ajudar: "Irei manter dialogo permanente com o setor produtivo cearense, para que a gente possa encontrar saídas e soluções para garantir o emprego, para evitar demissão e possamos estar todos unidos. Este é um momento em que todos teremos perda, mas é preciso solidariedade para proteger os mais pobres e proteger as pessoas que mais precisam".
*DN
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