01 fevereiro 2023

Denúncia do MPCE contra ex-presidente da Câmara de Canindé e mais cinco vereadores investigados por associação criminosa e corrupção é recebida pela Justiça

         

A Justiça recebeu, no dia 31/01/2023, uma denúncia oferecida

pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), em 25 

de janeiro deste ano, e assinada pelos promotores de Justiça, 

Jairo Pequeno Neto e Klecyus Weyne de Oliveira Costa, 

contra sete pessoas investigadas por participação num

 esquema ilícito de compra de votos, cada um no valor 

de R$ 130 mil, para a eleição da Presidência da Câmara 

Municipal de Canindé, em 2021. 


A articulação criminosa oriunda de disputa política derivou 

no atentado contra as residências de um vereador e da atual 

prefeita daquele município. De acordo com o promotor de 

Justiça, Jairo Pequeno Neto, na peça oferecida à Justiça, o 

MPCE requereu o afastamento de cinco parlamentares e a 

aplicação de medida cautelar para um ex-presidente da 

Câmara de Vereadores. 


O ex-presidente da Câmara foi denunciado por associação 

criminosa, corrupção ativa, disparo de arma de fogo e dano

 qualificado com violência à pessoa ou grave ameaça. Um

 homem contratado pelo ex-presidente da Câmara poderá 

responder por associação criminosa, disparo de arma de 

fogo e dano qualificado com violência à pessoa ou grave

 ameaça. E os cinco vereadores foram denunciados pelos

 crimes de associação criminosa e corrupção. 


Segundo a denúncia, em 17 e 19 de dezembro de 2020, 

um homem contratado pelo ex-presidente da Câmara de 

Canindé efetuou disparos de arma de fogo contra as 

residências de um vereador e da prefeita Maria do 

Rozário Araújo Pedrosa Ximenes. Os atentados teriam 

sido motivados após esse ex-presidente da Câmara

 perder as eleições municipais de 2020, quando concorreu 

a vice-prefeito de Canindé. 


Temendo ficar fora do quadro político municipal, o político 

articulou uma chapa opositora à prefeita reeleita, colocando 

a própria esposa, eleita vereadora, para concorrer à Presidência 

da Casa Legislativa. Segundo os autos, ela tinha ciência da 

manobra política e era favorável ao plano. 


A investigação apontou que um vereador recebeu a quantia

 de R$ 130 mil reais para votar nela para o cargo de Presidente 

da Câmara; que os ataques às residências tinham o objetivo de 

intimidar e aterrorizar a gestora municipal; que outros três 

vereadores receberam vantagens indevidas para a votação na 

Casa Legislativa; e que reuniões políticas foram organizadas

 para buscar apoio de outros vereadores para a eleição da 

Presidência da Câmara. 


O Ministério Público também pediu a suspensão do exercício 

das funções públicas dos cinco vereadores pelo período de 

duração da instrução criminal, a aplicação de medidas 

cautelares e a proibição que os acusados mantenham 

contrato entre si, estabelecendo-se distância mínima para 

impedir que os denunciados tenham acesso à Prefeitura e à 

Câmara Municipal de Canindé. Ao receber a denúncia, o 

Juízo da Vara Única da Comarca de Canindé atendeu 

parcialmente o pedido do MPCE e determinou o monitoramento 

eletrônico de dois dos denunciados. As demais medidas

 requisitadas pelo órgão ministerial foram indeferidas.


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