03 fevereiro 2023

Em dois anos, Polícia Civil confisca mais de R$ 53 milhões em bens de criminosos no Ceará

 


 



O combate ao crime organizado através da descapitalização tem sido uma das 
principais vertentes da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE). Um balanço 
realizado somente nos últimos dois anos, contabilizou que a PC-CE conseguiu
 sequestrar mais de R$ 53 milhões em bens. Destes, R$ 27,2 milhões foram de 
ações realizadas em 2022 e R$ 26 milhões em 2021. Os dados são do 
Departamento de Recuperação de Ativos da PC-CE.

Os maiores valores apreendidos e bloqueados são relacionados a veículos e 
valores bloqueados em contas e investimentos. Dos R$ 27 milhões confiscados, 
R$ 11 milhões são referentes a veículos apreendidos, R$ 11,2 mi são de valores 
bloqueados em contas e investimentos. Já em imóveis foram apreendidos 
R$ 2,8 milhões. Valores em espécie e outros bens totalizam mais de R$ 2 milhões.



O delegado-geral da PC-CE, Márcio Gutiérrez, explicou que o trabalho 
desenvolvido pelos policiais civis para combater as organizações criminosas é
 realizado em duas vertentes. “A primeira consiste em identificar, localizar e
 prender aqueles integrantes de alta hierarquia dentro dessas organizações
 criminosas, são aquelas pessoas que possuem o poder decisório. Paralelamente,
 atuamos na desestruturação desses grupos através da asfixia financeira, onde 
focamos no patrimônio que é auferido através das atividades criminosas. Desta 
forma, buscamos a expropriação desses ativos, bens, valores e a possível 
reversão para o Estado e o próprio combate ao crime organizado”, detalhou 
Gutiérrez.

O trabalho de descapitalizar o crime organizado é feito de forma integrada com 
a atuação de todas as delegacias, que contam com o apoio da Delegacia de 
Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro, que faz parte do Departamento 
de Recuperação de Ativos. Entre os bens, estão veículos – sendo automóveis e
 motocicletas –, imóveis – como casas, apartamentos, pontos comerciais e 
terrenos –, além de valores guardados em contas bancárias, aplicações, jóias
 e pagamentos de previdência privada.



O foco é descapitalizar os grupos criminosos, tirando deles o poder de 
financiamento das atividades ilícitas. Imóveis, veículos e outros objetos são 
convertidos em benefício do Estado para uso prático (utilizar os veículos 
apreendidos como viaturas descaracterizadas, por exemplo) ou para arrecadação
 em leilões. O valor arrecadado com a descapitalização pode ser usado na redução
 de danos, sendo investido na Polícia e em políticas de prevenção, pois após o 
sequestro, os bens das organizações criminosas podem ser cedidos ao Estado ou
 leiloados pela Justiça. No segundo caso, os valores podem convergir para o
 Fundo de Segurança Pública e Defesa Social (FSPDS).

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